Apesar de a assessoria de imprensa da Confederação Brasileira de Tênis (CBT) ter afirmado ao blog na quinta-feira que não conseguiria nenhuma das informações pedidas sobre o patrocínio com a Peugeot antes de segunda-feira, nesta sexta a entidade enviou e-mail ao UOL para rebater as informações publicadas mais cedo. Pela manhã, o blog contou que a CBT acertou "propaganda gratuita em troca de carros de luxo para diretoria".

"Só neste período de patrocínio fechado, a estimativa é a de que a economia seja superior a 50 mil reais. A CBT deixa de gastar com os atuais veículos da entidade que utiliza para as atividades fins, de logística geral da entidade, deixa de gastar com IPVA, seguro e manutenção de veículos. Essa prática é muito comum em patrocínios e não seria diferente para a CBT", disse a assessoria, sem explicar por que o presidente e dois vice-presidentes não podem utilizar seus carros pessoais, arcando com os custos – o presidente ganha R$ 22 mil mensais.

Na verdade, diferente do que diz a CBT, patrocínio sem transferência de recursos não é prática comum. Quando acertam permutas, as confederações costumam tratar as empresas como "parceiros", não "patrocinadores". É o que acontece na CBJ, onde a Scania, que não fornece recursos financeiros, é uma "parceira", tendo direito a espaços publicitários menos nobres do que o dos patrocinadores. As confederações de rúgbi e futebol, entre outras, também agem assim.

No e-mail ao UOL, a CBT ainda afirmou que "a propaganda não é gratuita", uma vez que a Peugeot cederá os carros para a entidade e que estes 'serão utilizarão nos eventos e no dia a dia do trabalho com o tênis", exatamente como informou o blog. A entidade ainda revelou que, na verdade, até cinco dos sete carros cedidos em comodato podem ficar expostos nos eventos – e, consequentemente, perdem funcionalidade.

Por fim, a assessoria afirmou que a CBT "não está com dificuldades de fechar suas contas" e que a entidade "se antecipou à crise e cortou gastos mensais com infraestrutura, melhorando estruturalmente seus gastos". Ainda segundo a CBT, a mudança da sede de São Paulo para Florianópolis gera economia.

Apesar do e-mail enviado ao UOL, a CBT não respondeu às perguntas do blog. Elas seguem válidas:

 – Por que o patrocínio da Peugeot não envolve transferência de dinheiro?

– Que propriedades publicitárias foram negociadas com a Peugeot? Onde ela irá expor? Haverá espaço no uniforme dos atletas?

– Como foi definido o uso dos carros?

– Por que os vice-presidentes precisam de caro oficial? Eles se dedicam em regime integral à CBT?

– Os vice-presidentes são assalariados? Quanto eles recebem por mês?

– Atualmente o presidente e o vice têm carro à disposição?

– Os três carros vão ficar em Florianópolis?

– Alguns dos demais carros será cedido a atletas?