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Por Olimpíada e sem nome, parkour agora é uma modalidade da ginástica

Demétrio Vecchioli

11/05/2017 04h30

(Samo Vidic via Getty Images)

Depois de escalada, surfe, BMX e skate, mais uma modalidade considerada jovem pode chegar ao programa olímpico: o parkour. Na semana passada, o Conselho da Federação Internacional de Ginástica (FIG) aprovou que uma modalidade "parecida" com o parkour se una às ginásticas rítmica, artística, de trampolim e aeróbica dentro do seu guarda-chuva. O nome dessa nova modalidade, porém, ainda não foi definido. Em teoria, não pode ser "parkour", porque este não se reconhece como esporte.

Ao anunciar suas intenções nesta quarta-feira, a FIG indicou que não pretende bater de frente com o espírito original de parkour, que nasceu criado pelo francês David Belle na década de 1980 com o propósito de ser um método de treinamento. Para uma enorme parte da comunidade de praticantes do parkour, a prática não deve ser competitiva.

Mas essa não é uma opinião unânime. Há grupos que praticam parkour que admitem o espírito competitivo e, consequentemente, entendem o parkour como uma modalidade. É com esses grupos, como o Mouvement International du Parkour, que a FIG tem se relacionado.

Presidente da FIG, o japonês Morinari Watanabe foi até o subúrbio de Paris para se reunir com o presidente do Mouvement, Charles Perrière. "A FIG está agindo com o desejo de respeitar a filosofia que moveu os fundadores do parkour e com o intuito de empoderá-los", comentou o dirigente da ginástica.

Por isso, a FIG sequer vai utilizar o termo "parkour". A nova modalidade da ginástica ainda não foi nomeada, mas sua competição será chamada "circuito de obstáculos (obstacle course)". A entidade propôs a criação de duas provas: uma de corrida contra contra o relógio e outra "freestyle", onde os atletas são julgados a partir de suas performances. A ideia é realizar a primeira Copa do Mundo em 2018 e o primeiro campeonato mundial em 2020.

Os planos, claro, incluem os Jogos Olímpicos. Ainda este mês, um evento será realizado em Montpellier, na França, para que diversas federações internacionais mostrem ao COI as suas modalidades jovens, como o BMX freestyle, do ciclismo.

Ao se tornar uma modalidade da ginástica, ainda que com outro nome, o parkour dá um passo gigante na busca por um lugar nos Jogos Olímpicos no futuro. Isso porque a FIG, diferente de outras entidades internacionais criadas para tentar regulamentar o parkour, já faz parte do COI. Ou seja: tem legitimidade para regulamentar uma nova modalidade.

A FIG, porém, garante que não quer fazer as coisas de cima para baixo. Em junho, vai se reunir na Suíça com representantes de federações já existentes e outros interessados, como organizadores de eventos. Em julho, o Comitê Executivo vai bater o martelo sobre a realização de competições, com a chance inclusive de fazer um Mundial já em 2018.

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Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.


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