Ygor Coelho era o número 714 do ranking mundial do badminton quando foi ao Caldeirão do Huck, na Rede Globo, para participar do famoso quadro "Agora ou Nunca", em março de 2014. Passou por três provas e voltou para casa com um cheque de R$ 30 mil, que usaria para participar de torneios no exterior. Três anos e pouco depois, o jogador carioca de apenas 20 anos já é um dos 50 melhores do mundo em uma modalidade pouquíssimo difundida no Brasil.

Na semana passada, Ygor se tornou o primeiro brasileiro a entrar no Top 50 do ranking mundial, mais exatamente na 47.ª colocação, depois outro feito histórico: pela primeira vez um jogador do Brasil ganhou o Campeonato Pan-Americano, disputado em Cub.

Foi o quinto pódio seguido dele no Circuito Mundial de Badminton. A sequência começou com prata em São Paulo e na Polônia, passou por um bronze na França (depois de lesão na semifinal) e pelo ouro no Aberto do Peru. Tudo isso em menos de dois meses. Em premiações, ganhou mais de 8 mil dólares – quase os R$ 30 mil obtidos no Agora ou Nunca.

Quando participou do quadro do Caldeirão, Ygor ainda era só um garoto promissor, de 17 anos. Mas ele não foi escolhido à toa. O pai dele, Sebastião, tem um projeto social que ensina badminton na comunidade da Chacrinha, no Rio, e formou lá alguns dos atletas que já eram os melhores do Brasil em 2014. Apesar da pouca idade, Ygor já rodava o Circuito Mundial Júnior.

Com o dinheiro do Caldeirão, viajou o circuito profissional e fechou a temporada 2014 já como número 200 do mundo. Em julho de 2015, já estava entre os 80 primeiros do mundo, tendo ultrapassado Daniel Paiola, então grande nome do badminton brasileiro.

No ano passado, Ygor foi além e conseguiu pela primeira vez classificar um brasileiro para jogar uma Olimpíada (não dependeu do convite), ainda que tenha perdido os dois jogos da fase de grupos no Rio, diante de amigos e familiares.