MPF investiga presidente do COB e contratação de Rogério Sampaio
O Ministério Público Federal (MPF) decidiu abrir representação para investigar a contratação de Rogério Sampaio, campeão olímpico de judô, para ser o diretor-geral do Comitê Olímpico do Brasil (COB), ainda em abril de 2018. De acordo com o Grupo de Trabalho Olimpíada Rio-2016, a contratação fere a Lei 12.813/2013, que dispõe sobre o conflito de interesses no exercício de cargo ou emprego do Poder Executivo federal e impedimentos posteriores ao exercício do cargo ou emprego. Sampaio foi contratado assim que deixou cargo de Secretario de Esporte de Alto-Rendimento no Ministério do Esporte, onde tinha como uma de suas funções fiscalizar o comitê.
Em nota, Rogério se defendeu: "Antes de assumir o cargo de Diretor Geral do COB, Rogério Sampaio solicitou à Comissão de Ética da Presidência da República a dispensa do período de quarentena, o que foi concedido pelo órgão", explicou o COB, após a publicação desta reportagem.
A representação, endereçada à Procuradoria da República no Rio de Janeiro, cita duas reportagens do Olhar Olímpico que geraram grande repercussão no movimento olímpico na semana passada. A primeira, sobre denúncias da existência de um esquema de fraude em contratos e contratações de funcionários da área de tecnologia do Comitê Olímpico. Todas as pessoas envolvidas são de Vitória (ES), terra também do presidente Paulo Wanderley.
"Em 28/11/2019, a imprensa publicou reportagem noticiando que um relatório de auditoria trouxe fundados indícios de que o Comitê Olímpico do Brasil (COB) teria realizado contratações fraudulentas para a prestação de serviços de tecnologia não executados e que as empresas e as pessoas envolvidas seriam todas de Vitória, Espírito Santo, estado no qual o atual presidente do COB Paulo Wanderley Teixeira fez sua carreira política", escreve o procurador da República Leandro Mitidieri.
Ele, porém, notou que isso já consta em uma manifestação do próprio MPF, para a qual deve ser encaminhada cópia da representação desta terça-feira "para fins de complementação".
Mitidieri também pede que seja incluído "que Paulo Wanderley Teixeira teria proposto na assembleia extraordinária do dia 28/11/2019 modificação substancial do estatuto do COB com o objetivo de, dentre outras questões, enfraquecer as regras de compliance e retirar poderes do Comitê de Integridade e do Conselho de Ética da entidade (tais como: aplicar penas e investigar denúncias de irregularidades)", o que também foi tornado público por reportagem do Olhar Olímpico.
Em nota, o COB disse que o Ministério Público Federal está ciente do caso desde o mês de maio e que o COB já prestou os esclarecimentos solicitados pelo órgão. "Em caso de abertura de novo procedimento, o COB irá novamente prestar todos os esclarecimentos necessários", reforçou o comitê.
Sobre o autor
Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.