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Olhar Olímpico

Seletiva olímpica da natação terá tomada de tempo para revezamentos

Demétrio Vecchioli

18/11/2019 17h49

Trofeu Maria Lenk de Natacao (Matheus Paiva/SSPress/CBDA)

A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) anunciou nesta segunda-feira (18) os critérios de classificação da equipe brasileira de natação para os Jogos Olímpicos de Tóquio, no ano que vem. A principal novidade é a realização de tomadas de tempo para obtenção de índices nos revezamentos femininos e no 4x100m medley misto.

Como já era sabido, o Brasil vai repetir o modelo de seletiva usado para o Mundial deste ano: só serão convocados os atletas que fizeram índice A da Federação Internacional de Natação (Fina) na final do Troféu Brasil (antigo Maria Lenk), marcado para acontecer no Parque Aquático Maria Lenk, entre 20 e 25 de abril do ano que vem.

No passado, a CBDA dava quatro oportunidades de aferição de índices, nas eliminatórias e nas finais tanto do Open, em dezembro, quanto do Maria Lenk. Agora, como acontece na maior parte da elite da natação, será necessário fazer o índice na hora certa, nadando rápido em uma seletiva decisiva.

Os revezamentos masculinos (4x100m livre, 4x100m medley e 4x200m livre) conseguiram vaga por serem finalistas do Mundial. Nas provas de nado livre, os times serão compostos pelos quatro primeiros colocados das seletivas dos 100m e dos 200m livre, respectivamente. Um reserva só será chamado se ele também fizer índice A, o que é possível  nos 100m. No medley serão chamados os vencedores de cada uma das provas de 100 metros nos estilos.

Por uma decisão contestada, a CBDA não levou revezamentos femininos para o Mundial, perdendo a chance de conquistar vagas diretas entre os 12 primeiros colocados de cada prova. Agora, o Brasil precisa brigar para ficar entre os quatro melhores tempos de um ranking mundial 2019/2020, excluindo os países já classificados. Para isso, a seletiva terá tomadas de tempo.

As equipes serão formadas pelas quatro primeiras colocadas das finais dos 100m livre e dos 200m livre, além das campeãs das provas de 100 metros estilos. Além de precisarem aparecer bem no ranking, os revezamentos terão que ser mais rápidos dos que o tempo do oitavo colocado das eliminatórias do Mundial.

A mesma regra vale para o revezamento 4x100m medley misto, cuja equipe será formada levando em consideração a melhor soma possível de tempos desde que a escalação tenha dois homens e duas mulheres. Caso as equipes consigam a vaga, aí os convocados para os Jogos serão os mesmos que nadaram a tomada de tempo.

Chama atenção o fato de A CBDA ter marcado as tomadas de tempo para o mesmo dia em que os nadadores tiverem nadado as provas individuais. A do 4x200m, por exemplo, será logo depois da final dos 200m livre. Na sexta e última etapa, dia 25 de abril, Etiene Medeiros por exemplo tende a nadar os 50m livre, o 4x100m livre e o 4x100m medley.

No feminino, porém, as chances de classificação não são altas. No 4x100m o Brasil precisa fazer 3min38s55, tendo feito 3min40s39 no Pan de Lima. No 4x200m, a régua é 7min56s00, mais de 10 segundos melhor do que o tempo do Pan e apenas 32s do recorde sul-americano estabelecido na Olimpíada do Rio. Por fim, no 4x100m medley, a CBDA exige 3min59s87. A equipe fez 4min04s96 no Pan.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.