Topo

Olhar Olímpico

Brasil já tem 55 medalhas nos Jogos Militares; confira os destaques

Demétrio Vecchioli

23/10/2019 20h08

Ana Marcela Cunha ( Rodolfo Vilela/Rede do Esporte)

Após cinco dos nove dias oficiais de competição em Wuhan, o Brasil mantém a terceira colocação do quadro de medalhas dos Jogos Mundiais Militares e é muito grande a chance de que feche a competição, domingo, nesta mesma posição, como já era previsto. Até aqui são 55 medalhas, sendo 14 de ouro, 15 de prata e 26 de bronze. A China lidera, com 129 medalhas, seguida da Rússia, que tem 109.

Os dois países também têm como política de estado a contratação de atletas de alto-rendimentos pelas Forças Armadas. Dona da casa, a China elevou essa estratégia a outro patamar. Só na natação ganhou 27 medalhas de ouro, contra 15 de todos os outros países juntos.

Para o Brasil foram quatro ouros na piscina: Leonardo de Deus nos 200m borboleta, Guilherme Basseto nos 50m costas, João Gomes Junior nos 50m peito, (ambas provas não-olímpicas) e a equipe masculina do revezamento 4x100m livre. Toda a seleção de natação, praticamente a mesma que foi ao Pan (são poucas ausências) tirou férias depois de competir em Lima e competiu na China abrindo a temporada 2019/2020, ainda longe da preparação ideal.

Nas provas em que o Brasil tem melhores chances em Tóquio-2020, os 50m e os 100m livre, Pedro Spajari foi prata em ambas, com 22s54 e 48s75, marcas altas. Viviane Jungblut fez a melhor marca do Brasil nos 1.500m no ano, 16min29s37, nadando abaixo do índice olímpico (o Maria Lenk do ano que vem é a única seletiva), enquanto Guilherme Costa bateu recorde pessoal nos 400m livre: 3min49s33.

No atletismo, Darlan Romani faturou o ouro no arremesso de peso com 22,36m, marca melhor do que do quinto colocado do ranking mundial – o próprio Darlan já é quarto, com 22,61m. Paulo André Oliveira ficou com a prata nos 100m, com 10s32, longe do seu melhor, assim como Rosângela Santos e Vitória Rosa, prata e bronze entre as mulheres. O mesmo vale para Eliane Martins, prata no salto em distância com resultado que valeria o 130º lugar do ranking mundial. Ela é a 29ª.

Dos 22 brasileiros na zona de classificação olímpica do judô, 13 participaram dos Jogos Mundiais Militares. Mas só Rafaela Silva ganhou ouro. Beatriz Souza, David Moura e Leonardo Gonçalves foram prata. Bia, quinta do mundo, perdeu perdeu de uma eslovena que é a 13ª. David, também quinto, para um francês que é o 131º.

Ana Marcela Cunha ganhou o ouro na maratona aquática, em prova na qual só uma atleta de ponta de outros países estava inscrita. Mesmo assim, Betina Lorscheitter ficou em nono. No masculino, Allan do Carmo foi bronze. 

O Brasil competiu com força máxima na ginástica artística masculina – o evento militar não tem ginástica feminina. O time foi prata por equipes, atrás da China, enquanto Caio Souza ficou em terceiro no individual geral, atrás de dois chineses. Apenas ginastas de outras duas equipes (Coreia do Norte e Índia), dois armênios e um taiwanês competiram. As finais por aparelhos ainda serão disputadas.

Bia Ferreira está na final de sua categoria no boxe, depois de três vitórias. Ela viajou direto da Rússia, onde ganhou o título mundial "civil". No tiro com arco, a equipe masculina ficou no oitavo e último luga, mesmo sendo formada por três arqueiros da seleção. Marcus Vinicius D'Almeida, porém, ganhou o ouro em uma prova mista entre atletas com e sem deficiência.

 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.