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Olhar Olímpico

Rafaela Silva perde medalha de ouro do Pan após doping

Demétrio Vecchioli

25/09/2019 17h16

Rafaela Silva (Guadalupe Pardo/Reuters)

A PanAm Sports anunciou nesta quarta-feira (25) a retirada da medalha de ouro conquistada por Rafaela Silva durante os Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru. Na semana passada, a judoca anunciou que foi flagrada em exame antidoping realizada depois de competir na categoria até 57kg. O Brasil também perde o bronze de Kacio Freitas no ciclismo de pista.

Com essas mudanças, o Brasil passa a contabilizar 54 medalhas de ouro, 45 de prata e 70 de bronze, 169 no total, mesmo assim firme na segunda colocação. A República Dominicana ganha um ouro, seu 11º, passando o Peru e assumindo o nono lugar do quadro de medalhas,

Em nota, a PanAm Sports informou que realizou 1.843 exames de urina e outros 252 de sangue, todos analisados pelo laboratório de Montreal, no Canadá, aprovado pela Agência Mundial Antidoping (Wada). Esses exames apontaram 15 resultados analíticos adversos (presenças de substâncias proibidas), dos quais sete casos já foram concluídos. 

Todos os atletas foram desclassificados dos Jogos, com seus resultados desconsiderados. De acordo com a PanAm, foram programadas audiências para cinco casos nos dias 3 e 4 de outubro. Em outros três casos ainda se aguarda a abertura do amostra B. Os brasileiros Andressa de Morais (atletismo) e Rodriguinho (vôlei) foram pegos no doping no Pan, mas não estão na lista de sete nomes divulgados hoje. Ela já foi suspensa preventivamente pelo órgão de controle de dopagem do atletismo.

Na nota enviada à imprensa, a PanAm Sports confirma que Rafaela testou positivo para Fenoterol, substância presente em remédios para asma. "A participação da atleta nos Jogos Pan-Americanos de Lima foi anulada, pelo que a atleta perdeu a medalha de ouro que ganhou na competição de até 57kg", informou a entidade.

O Brasil também perde a medalha conquistada na prova de perseguição por equipes do ciclismo de pista, uma vez que Kacio Freitas testou positivo para o modulador seletivo Ligandrol, uma das mais conhecidas "bombas" vendidas no mercado negro.

Também foram confirmados os dopings de Jean Francisco Pérez Faure, porto-riquenho do boliche que perde a medalha de ouro conquistada, dos dominicanos Osvaldo Manuel Abreu e Audry Joel Perez, ambos do beisebol, do peruano  Brian Cesar Paredes Vergara, do handebol, e a da colombiana Narlyn Tathiana Mosquera Cordoba, do basquete. Nos esportes coletivos a medalha só é retirada se dois ou mais atletas caem no doping. 

 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.