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Olhar Olímpico

Rafaela volta a lutar após doping, perde final e fica com prata

Demétrio Vecchioli

23/09/2019 14h10

Rafaela Silva lamenta derrota

Enquanto tenta se livrar de uma suspensão por doping, Rafaela Silva viajou até Brasília para defender o Instituto Reação no Grand Prix, torneio que vale como Campeonato Brasileiro de Interclubes. Lutando duas categorias acima, contra rival de até 70 quilos, ela perdeu sua luta na final, contra a revelação Ellen Santana, do Pinheiros, nesta segunda-feira (23).

Depois, viu seus colegas David Moura, Maria Suelen Altheman e Victor Penalber também serem surpreendidos por Eduardo Yudi (que lutou três categorias acima, no peso pesado), Luiza Cruz e Giovani 'Pezão', respectivamente. Ouro para o Pinheiros, que se vingou da derrota na final do ano passado e se sagrou campeão. Rafaela e o Reação tiveram que se contentar com a prata. Sogipa e Minas Tênis Clube ganharam bronze.

Fundador do Reação, Flávio Canto chegou a dizer para Rafaela que ela não precisaria lutar o Grand Prix, que poderia aproveitar o tempo para esfriar a cabeça, mas a campeã olímpica fez questão de ajudar o clube. Deu entrevista coletiva na sexta-feira (20), participou de um evento no sábado e no domingo já estava competindo em Brasília.

Pelas quartas de final, venceu Agnes Motta e ajudou o Reação a superar o Paineiras do Morumby, de São Paulo. Depois, na semifinal, passou por Sarah Nascimento, do Minas Tênis Clube, ajudando a equipe carioca a se classificar para a final, que foi nesta segunda.

Por estratégia, como o Reação não tem nenhuma atleta relevante na categoria até 70kg, Rafaela foi deslocada para duas subdivisões acima do seu peso regular (até 57kg), deixando que Tamires Crude lutasse na até 57kg.

Rafaela não está suspensa porque a substância proibida encontrada em seu organismo é do grupo das "especificadas" pelo código antidoping. Para essas substâncias, a suspensão preventiva não é mandatória. A decisão está a cargo do comitê independente da Federação Internacional de Judô (IJF), comunicada pela PanAm Sports do resultado analítico adverso da carioca durante os Jogos Pan-Americanos.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.