WTorre e mais 3 empresas apresentam propostas por autódromo de Interlagos
A primeira etapa do processo de concessão do Autódromo de Interlagos à iniciativa privada, feita a toque de caixa, atraiu o interesse de quatro empresas. Encerrado na semana passada, depois de ficar aberto por apenas dois meses, o Procedimento Preliminar de Manifestação de Interesse (PPMI) recebeu propostas de três grupos ligados a administração de equipamentos esportivos, de uma empresa apresentada apenas pelo nome "Acelera BR" e de uma associação ligada à Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA).
Nesta etapa, a prefeitura de São Paulo pediu ideias para a modelagem do edital de concessão de Interlagos. Com as propostas em mãos, o governo municipal vai elaborar os documentos editalícios, que serão lançados para consulta e audiência pública. O edital final, com possíveis alterações, só será publicado depois de ser finalizado todo esse processo.
Semelhante, a concessão do Pacaembu recebeu os projetos do PMI em julho de 2017 e, passados 26 meses, ainda não finalizou o processo de concessão. Caso a prefeitura de São Paulo siga o mesmo procedimento com Interlagos, o processo não seria concluído antes do fechamento da temporada 2021 da Fórmula 1. A cidade trava disputa aberta contra o Rio de Janeiro para o GP Brasil a partir de 2021, apostando que o Rio não construirá um autódromo à tempo. O prefeito Bruno Covas e o governador João Doria, ambos do PSDB, tratam a concessão de Interlagos como um trunfo contra os cariocas.
Inicialmente a prefeitura havia estipulado como o final de julho como prazo para a apresentação de propostas. Os interessados avisaram que não havia como pensar um modelo em 30 dias e o prazo foi dobrado, até o último dia 26 de agosto. Cinco projetos foram protocolados, das seguintes empresas: Acelera BR, RNGD Consultoria e Negócios (administradora da Arena BSB), WPR Participações LTDA (WTorre) e T4F Entretenimento (Time Four Fun).
O quinto projeto (na verdade um apanhado de sugestões) é do grupo Interlagos Hoje, associação que reúne as confederações de automobilismo e motociclismo, a federação paulista, clubes, pilotos, escolas de pilotagem e empresários ligados ao setor de corridas. O grupo pede: prioridade para esporte motor, garantia de manutenção da pista, garantia de preços variáveis, reativação das áreas de uso público (transformação em parque), manutenção e preservação das áreas de mata nativa, permissão de exploração de áreas autorizadas, isenção de IPTU e shows se eventos apenas com uso intermitente.
Das empresas que demonstraram interesse, ao menos três têm histórico da gestão de equipamentos esportivos. Com apoio do empresário e ex-piloto Affonsinho Giaffone, a RNGD venceu o edital para reformar e gerir o autódromo Nelson Piquet, em Brasília, e recentemente assinou a concessão do complexo esportivo que engloba o Estádio Mané Garrincha, também em Brasília, por 35 anos.
Além da RNGD, também apresentaram projetos a WTorre, que ficou em terceiro lugar no edital para concessão do Estádio do Pacaembu e que construiu e faz a gestão do estádio do Palmeiras, e a Time Four Fun, que defende a construção de uma arena multiuso na cidade – a empresa propôs em 2016 que o equipamento ficasse no Anhembi.
Na comparação com outros processos semelhantes ao de Interlagos, o autódromo foi o que atraiu menos interessados em São Paulo. Em 2017, nove empresas apresentaram projetos para o Ginásio do Ibirapuera, incluindo a T4F. O governo paulista promete o edital para outubro deste ano. Já o Pacaembu recebeu cinco projetos de empresas. O escolhido para servir de modelagem foi o da Raí + Velasco, que vai receber R$ 1,6 milhão quando a concessão for assinada.
Vencedor do edital para a concessão do estádio, o Consórcio Patrimônio SP ainda não pagou os cerca de R$ 75 milhões à vista para assinar o contrato. O grupo, liderado pela construtora Progen, tem até a segunda-feira da semana que vem para fazer isso.
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