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Olhar Olímpico

Pesados decepcionam e perdem quatro chances de medalha no Mundial

Demétrio Vecchioli

31/08/2019 09h02

Maria Suelen Altheman (Roberto Castro/ Rede do Esporte)

O judô brasileiro deixou má impressão no último dia das chaves individuais do Mundial de Tóquio, no mesmo ginásio em que será disputada a Olimpíada do ano que vem. Quatro pesos pesados chegaram ao bloco final, quando os oito melhores da categoria lutam pelas medalhas, mas nenhum deles subiu ao pódio. Foram três derrotas em decisões do bronze e uma na repescagem.

Com o resultado, a equipe fechou sua participação com uma campanha modesta, de duas medalhas de bronze – as outras foram obtidas pelas favoritas Rafaela Silva e Mayra Aguiar. No domingo ainda acontece a competição por equipes mistas, que agora é prova olímpica. A campanha é melhor que de 2018 (um bronze), mas pior do que qualquer outro Mundial de 2009 para cá.

Dono da uma prata e dois bronze em Mundiais, Rafael Silva venceu um bósnio e um romeno até chegar às quartas de final, onde caiu para o japonês Hisayoshi Harasawa, quarto do mundo – Baby é o terceiro. Na repescagem, se recuperou vencendo o holandês Henk Grol e chegou à disputa pelo terceiro lugar com o jovem sul-coreano Sungmim Kim, nono do ranking. Sem muita movimentação, a luta foi para o golden score, quando o asiático venceu por ippon.

Rival de Baby na corrida olímpica, David Moura também parou no em Kim, nas quartas. Ele vencia por wazari, mas vacilou e levou o ippon. Na repescagem, acabou jogado pelo holandês Roy Meyer e terminou em sétimo. Seus dois algozes estão entre os 10 melhores do mundo.

Bia Souza perdeu para o corpo na decisão do bronze. A brasileira sofreu uma aparente lesão muscular nos primeiros 10 segundos de luta contra a turca Kayra Sayit e permaneceu no tatame na garra, chorando de dor. Aguentou por dois minutos, fazendo duelo bastante equilibrado, mas acabou se entregando para a 13ª do mundo. Terminou em quinto, com uma campanha de três vitórias e duas derrotas.

A jovem de 21 anos já tinha perdido nas quartas de final para a cubana Idalys Ortiz, líder do ranking mundial, que também depois venceria, como de costume, Maria Suelen Altheman, na semifinal. Trata-se de uma das maiores, se não a maior freguesia do esporte mundial. Só em torneios individuais que valem pontos para o ranking mundial são agora 17 confrontos e 17 vitórias da cubana.

Suelen depois voltou ao tatame para a disputa do bronze, mas lutou muito mal contra a japonesa Sarah Asahina, vice-líder do ranking, e perdeu por ippon. Terminou em quinto, repetindo o resultado de 2018 – ela tem duas pratas em Mundiais na carreira.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.