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Olhar Olímpico

Técnico da seleção de handebol é demitido após fracasso no Pan

Demétrio Vecchioli

16/08/2019 17h10

Washington Nunes (Wander Roberto/COB)

Washington Nunes foi demitido do cargo de treinador da seleção brasileira masculina de handebol. O técnico, que estava no cargo há pouco mais de dois anos, perdeu o posto depois de a equipe ficar em uma modesta terceira colocação nos Jogos Pan-Americanos, eliminada pelo Chile da disputa não apenas por um lugar na final mas também pela vaga olímpica oferecida ao campeão continental.

Essa foi a segunda passagem de Washington pelo cargo – a primeira havia sido entre 2008 e 2009 – e ele parecia prestigiado depois de um histórico nono lugar no Mundial deste ano, quando o Brasil venceu cinco partidas contra times europeus, um recorde em um evento deste porte.

No Pan, porém, o time jogou mal na primeira fase e teve trabalho contra adversários frágeis. Depois, na semifinal, quando enfrentou pela primeira vez na temporada uma equipe de bom nível, o Brasil errou demais nos contra-ataques um contra um (atacante contra goleiro) e acabou derrotado pelo Chile. O bronze teve gosto amargo porque o torneio valia a vaga olímpica.

A demissão de Washington é surpreendente porque o treinador teve pouco tempo para treinar a equipe para o Pan. O elenco, que joga praticamente todo na Europa, teve 20 dias de folga antes de se apresentar à seleção e o time só fez dois amistosos antes de viajar a Lima, contra o frágil time dos Estados Unidos.

Sua saída já vinha sendo especulada desde ontem (15) e, nesta sexta-feira pela manhã, quando procurado pelo blog, Washington pediu até o fim da tarde para responder porque teria um dia cheio de reuniões. À tarde, o perfil da confederação no Instagram comunicou a decisão. "A Confederação Brasileira de Handebol vem, por meio deste, informar a dissolução da comissão técnica da seleção brasileira adulta masculina e agradece  a todos pelo trabalho realizado". A mensagem não foi publicada em outras redes ou no site da CBHb.

O futuro do handebol masculino do Brasil é incerto porque existe a possibilidade de jogar um Pré-Olímpico no primeiro semestre do ano que vem, mas só se o Egito vencer o Campeonato/Pré-Olímpico Africano e um time europeu que já tem vaga no Pré-Olímpico (são seis) ganhar o Europeu. Aí, uma vaga seria aberta para o Brasil.

Caso haja a opção pela contratação de um treinador estrangeiro, corre-se o risco de que ele só tenha um grande torneio para jogar em janeiro de 2021, quando acontece o próximo Mundial.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.