Handebol comemora perdão de dívida de pelo menos R$ 8,8 milhões
A Confederação Brasileira de Handebol (CBHb) diz ter conseguido o perdão de uma dívida de pelo menos R$ 8,8 milhões com a Federação Internacional de Handebol (IHF). O anúncio foi feito por meio de um vídeo gravado pelo presidente interino Ricardo Souza, o Ricardinho, e enviado pelas redes sociais a presidentes de federação. Procurada via assessoria de imprensa, a confederação não informou o valor exato da dívida perdoada.
A CBHb nunca tratou publicamente sobre essa dívida, que também nunca constou em seus balanços fiscais. Em 2011, a confederação assumiu o compromisso de organizar o Campeonato Mundial Feminino em Santa Catarina, mas não conseguiu o apoio esperado. Para salvar a competição, a IHF emprestou, então, 2,3 milhões de francos suíços à CBHb.
Sem recursos privados – a entidade era então patrocinada por empresas públicas, somente – a CBHb prometeu pagar a dívida organizando outros eventos no Brasil, para os quais poderia utilizar verbas do governo federal e desses patrocinadores: Correios e Banco do Brasil.
O plano não deu certo e, até 2017, a ESPN Brasil mostrou que nenhuma parcela havia sido paga, ainda. Na ocasião, a CBHb não informou o valor da dívida, nem como pretendia pagá-la. Até hoje, a entidade nunca colocou essa dívida em seus balanços financeiros, nem falou publicamente sobre ela.
A exceção foi o vídeo gravado por Ricardinho: "A IHF, pelo seu conselho, perdoou nossa dívida do Mundial de 2011. Com isso, passamos a receber novamente os benefícios. Isso mostra o prestígio alcançado na reunião do ano passado em Doha, em que discutimos a situação do Brasil. Durante todo esse tempo realizamos competições da IHF e agora, no congresso, pedimos o perdão da dívida e fomos agraciados", diz ele na gravação, feita na Suécia.
Com um problema resolvido, a CBHb pode se debruçar sobre diversos outros. Para que o Mundial de 2011 saísse, a confederação também contou com um repasse de R$ 6 milhões do Ministério do Esporte. A prestação de contas, porém, foi rejeitada e o governo exige a devolução de valores que hoje, corrigidos, passam de R$ 10 milhões.
A entidade está sem patrocinador e seu presidente, seu Manoel Luiz Oliveira, segue afastado oficialmente por motivos de saúde. Ele pediu afastamento no meio tempo entre a Justiça determinar seu afastamento por suspeita de corrupção e a confederação ser notificada.
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