Quem são os campeões olímpicos a quem Cabral diz ter pago propina
Dois dos mais influentes atletas de seu tempo teriam recebido propina para votar pelo Rio de Janeiro, em 2009, na escolha da sede dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. A revelação foi feita pelo ex-governador do Rio, Sergio Cabral, que está preso por uma série de crimes e é acusado de ter atuado, junto à sua organização criminosa, para que os valores chegassem a eleitores do Comitê Olímpico Internacional (COI).
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Em audiência nesta quinta-feira (4) com o juiz federal Marcelo Bretas, da Lava-Jato do Rio, Cabral afirmou ter pagado propina a nove dos 95 eleitores. Dois deles são campeões olímpicos: o russo Alexander Popov, dono de nove medalhas, entre elas quatro de ouro, e o ucraniano Sergey Bubka, que só tem um ouro olímpico mas é considerado o maior nome do salto com vara em todos os tempos.
Os dois, depois de encerrarem a carreira, entraram no seleto hall de dirigentes de peso no COI. Popov, que tem um MBA em finanças, é advogado e mestre em treinamento esportivo, tornou-se membro do comitê olímpico em 2000, quando ainda era atleta – ele disputou os Jogos de 1992, 1996, 2000 e 2004. Foram 16 anos como membro até que, em 2016, ele foi promovido a membro honorário.
Durante esse período, comandou a comissão de coordenação dos Jogos da Juventude de Nanjing e foi o principal representante dos atletas no COI, participando da comissão de atletas por 20 anos, desde 1996. Entre 2008 e 2009, fez parte da Comissão da Avaliação para os Jogos Olímpicos de 2016, processo no qual o Rio de Janeiro acabou vitorioso. Depois, fez parte da coordenação da Rio-2016.
Já Bubka, nascido na Ucrânia antes da independência do país, foi um dos grandes nomes do esporte da União Soviética, ganhando o ouro no salto com vara em Seul-1988. Ainda que só tenha subido ao pódio de uma das quatro edições dos Jogos dos quais participou, fez fama por ter batido o recorde mundial incríveis 35 vezes. O salto com vara pode ser dividido em antes e depois dele, que foi 10 vezes campeão mundial.
Eleito para a comissão de atletas do COI em 1996, junto com Popov, o ucraniano se tornou um dos atletas olímpicos com carreira política mais consolidada. Fez parte do parlamento ucraniano, foi ministro do Esporte, conselheiro do presidente da Ucrânia e é embaixador da Unesco.
No movimento olímpico, ocupou diversos cargos na Associação das Federações Internacionais de Atletismo (IAAF), sendo vice-presidente do senegalês Lamine Diack, que por sua vez sempre foi apontado como o cabeça do esquema de recebimento de propina em troca de votos. Entre a vice-presidência e a vice-presidência sênior, Bubka já está há 12 anos no alto-comando da IAAF.
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