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Olhar Olímpico

Fora do Pan por lesão, Baby foca 'mão dura' para o Mundial

Demétrio Vecchioli

03/07/2019 04h00

Rafael Silva no Campeonato Pan-Americano (Rafael Burza/CBJ)

Mais vitorioso brasileiro do judô masculino, Rafael Silva está fora dos Jogos Pan-Americanos. Baby, como é conhecido, chegou a ser convocado para compor a seleção que irá a Lima no começo do mês que vem, mas acabou cortado depois de sofrer uma lesão na mão esquerda.

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"Foi em um treinamento no Japão. O adversário estava estourando a pegada e faturou minha mão, que ficou presa no quimono. Tive que voltar e fazer uma cirurgia às pressas", contou o judoca, ao Olhar Olímpico, durante evento de apresentação do Time Ajinomoto, do qual Baby é um dos atletas participantes.

A lesão ocorreu há 20 dias e, por enquanto, o peso pesado está com a mão imobilizada. Será assim por mais 20 dias, pelo menos. É que, ainda que o tempo de recuperação seja relativamente rápido, de até oito semanas, ele tem que ficar seis delas sem forçar a mão.

Um tempo apertado para quem luta o Mundial de Judô em Tóquio no dia 31 de agosto. "Tenho que ficar com a mão parada praticamente seis semanas. Depois, vou conseguir fechar a mão, fazer força. Foco na preparação final vai ser fortalecer a mão, para ficar com a mão dura", explica.

Ficar com a mão dura é importante para manter a pegada no quimono do rival. Principalmente nas categorias mais pesadas, ter o adversário sob controle, segurando seu quimono, é a melhor forma de controlar a luta e tentar aplicar um golpe.

Por conta da lesão, Baby não luta o Pan, que não vale pontos no ranking olímpico mas é importante pela visibilidade, e também fica de fora de uma etapa do Circuito Mundial no Canadá, no próximo final de semana. Na corrida olímpica, cada ponto será importante na categoria peso pesado.

Hoje, Baby é o terceiro do ranking mundial, mas David Moura está logo atrás. Um, com 4.030 pontos. Outro, com 4.002. Uma diferença minúscula que, se continuar assim, será decidida pela comissão técnica, com base em diversos critérios.

Baby sabe que a disputa tende a ser parelha. "Essa rivalidade é importante. Independente de quem participe (da Olimpíada) vai ser alguém que vai chegar muito bem preparado. Não é confortável para a gente, mas o desconforto gera resultado. Espero sinceramente que o melhor vá para Tóquio."

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.