Câmara Municipal de SP manifesta apoio 'incondicional' por F1 na cidade
Comandada por um aliado do governador João Doria (PSDB), a Câmara Municipal de São Paulo soltou nota nesta terça-feira (25) defendendo a permanência da Fórmula 1 na cidade. O posicionamento, institucional, vem em dia chave para a continuidade do GP Brasil na capital paulista. Nesta tarde, Doria e o prefeito Bruno Covas (PSDB) recebem o CEO da Fórmula 1, Chase Carey.
"Neste período de crise econômica não é momento de gastos altíssimos em áreas que não são prioritárias. Isso inclui a construção de um novo autódromo no Rio. Portanto, não se trata de uma questão política, mas, sim, econômica", comentou a Câmara, em nota, manifestando seu apoio "incondicional".
O uso da palavra "incondicional" parece estratégico. Com a concorrência do Rio de Janeiro, a Fórmula 1 colocou o GP Brasil numa espécie de leilão. A tendência é que as cidades ofereçam o pagamento de uma taxa anual, que é de cerca de R$ 20 milhões em outras provas. Se o apoio é em qualquer condição, a Câmara topa que Covas faça ofertas nesse leilão.
Presidida pelo tucano Eduardo Tuma, a Câmara recentemente deu autorização à prefeitura para privatizar o Autódromo de Interlagos. A votação ocorreu há pouco mais de um mês, com a aprovação de um substitutivo, com 31 votos favoráveis e 10 contrários, em segundo turno.
Inicialmente apresentado pelo então prefeito João Doria, o projeto de lei 705/2017 previa a alienação do autódromo – ou seja, sua venda. O projeto chegou a ser aprovado em primeiro turno, mas encontrou resistência na Câmara, uma vez que a aprovação definitiva dependia da discussão, antes, do Projeto de Intervenção Urbana (PIU) de Jurubatuba, macro-região onde fica o autódromo.
Quando o Rio de Janeiro entrou na disputa pela Fórmula 1, Covas enviou para a Câmara uma carta solicitando que esse projeto de lei que pretendia vender Interlagos fosse descartado. Ao mesmo tempo, apresentou outro projeto, pedindo autorização para conceder o autódromo e diversos outros equipamentos públicos, como cemitérios e terminais de ônibus, à iniciativa privada.
Para garantir a privatização de Interlagos sem uma nova longa discussão na Câmara, aquele primeiro projeto de 2017, aprovado em primeiro turno, que previa a venda, foi alterado, para ser uma concessão. Toda a base de Covas votou favorável à concessão em segundo torno. Os votos contrários foram dos vereadores Alessandro Guedes, Alfredinho, Antonio Donato, Eduardo Suplicy, Juliana Cardoso, Reis (todos do PT), Toninho Vespoli, Celso Giannazi (PSOL), Eliseu Gabriel (PSB) e José Police Neto (PSD).
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