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Olhar Olímpico

Ao lado de Doria, CEO da F1 reforça disputa aberta entre Rio e São Paulo

Demétrio Vecchioli

25/06/2019 14h54

Depois de uma hora de reunião entre o governador João Doria (PSDB), o prefeito Bruno Covas (PSDB) e Chase Carey, CEO da Fórmula 1, nada mudou. Em entrevista coletiva nesta terça-feira (25), os três falaram por mais de 15 minutos até anunciarem que a Fórmula 1 ainda não decidiu se o GP Brasil de 2021 será em São Paulo ou no Rio de Janeiro, contrariando o anúncio pró-Rio feito pelo presidente Jair Bolsonaro na segunda (24).

"Existe um contrato até 2020 e a gente espera continuar por muitos anos dando alegria para os fãs de F1. Estamos procurando as melhores respostas, mas não temos respostas", comentou Carey, para logo depois Doria completar. "Não há uma decisão tomada. Eu lamento frustrar o presidente (Jair) Bolsonaro do ponto de vista de que 99,5% da decisão está tomada. A decisão não está tomada. A decisão será tomada", apontou o governador.

Questionado pela imprensa sobre um prazo para tomar a decisões, Carey evitou dar uma data. "Temos tempo, porque temos um contrato até 2020. Nossa preocupação é 2020. Essa é uma prova importante, queremos seguir adiante. Nós temos tempo, mas claramente seria bom para nós termos uma resposta rápida", disse o CEO da F1. 

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Também participaram do evento os secretários de turismo, Vinicius Lummertz, e da Fazenda, Henrique Meirelles, além do promotor do GP Brasil, Tamas Rohonyi. Este último, que tem tido relação conflituosa com a Liberty Media, proprietária da Fórmula 1, sentou-se ao lado de Carey e passou bom tempo conversando com ele.

Questionado sobre a fala do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de que a Fórmula 1 ou vai para o Rio ou deixa o país, Carey negou essa interpretação dos fatos. "Nós estamos engajados em tentar encontrar a melhor resposta para todos nós. Queremos correr no Brasil. É nossa meta permanecer aqui. Queremos uma corrida no Brasil", afirmou, em inglês

Tamas, que serviu como tradutor de Carey durante a coletiva, falou em seguida. "Em nenhum momento ele indicou que a única opção seria o Rio de Janeiro. Vocês (jornalistas) também entenderam assim? Então eu acho que eu estou certo."

A reunião deveria ter acontecido na segunda-feira (24), mas foi cancelada depois que o governador e o prefeito foram informados de que Carey havia marcado outra reunião, no mesmo horário, com Jair Bolsonaro (PSL), em Brasilia. No fim, ele se encontrou com o presidente da República e o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), adiando a reunião em São Paulo para esta terça.

O movimento parece ter sido positivo para Doria. Na segunda, após a reunião no Planalto, Bolsonaro se apressou em dizer que a Fórmula 1 estava acertada com o Rio. "O contrato vence ano que vem com São Paulo e eles resolveram voltar ao Rio de Janeiro. [São] 99% de chance, de termos a Fórmula 1 a partir de 2021 no Rio de Janeiro", disse Bolsonaro, destacando que o governo federal agiu para que a F1 não deixasse o país.

Logo em seguida, no mesmo microfone, Carey desmentiu Bolsonaro. "Não temos nada fechado. Estamos empenhados nas discussões no Rio de Janeiro e em São Paulo. Não queremos eliminar nenhuma possibilidade", afirmou.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.