Governo nomeia ex-executivo do Clube dos Treze como diretor de futebol
Ex-diretor-executivo do Clube dos Treze, Dagoberto Fernando dos Santos é o novo diretor do Departamento de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor do governo federal. O empresário, apresentado como sócio de uma empresa de consultoria que atua na formulação de projetos de Lei de Incentivo ao Esporte (LIE), foi nomeado na última sexta-feira (7), em edição extra do Diário Oficial da União. Durante a ditadura militar, entre 1967 e 1971, ele foi 2º tenente do Exército.
No site da DFS Gol Business, Dagoberto é apresentado como "sócio-fundador da DFS Gol Business e responsável na empresa pelas áreas de gestão de futebol profissional e de formação, além de palestrante em cursos de graduação e de especialização em gestão esportiva em entidades acadêmicas."
A mesma página explica que a empresa é "especializada em gestão empresarial desportiva com ênfase maior no futebol" e que possui o lema "Onde existe paixão pode haver lucro". A Secretaria Especial do Esporte diz que ele se desligou da empresa e que isso foi atestado à Casa Civil antes de sua nomeação.
O empresário já tinha cargo na Secretaria Nacional de Futebol, como chefe de gabinete do secretário coronel Ronaldo Lima. Agora, foi promovido a diretor do departamento de futebol, substituindo André Luis Argolo Ribeiro, exonerado também na sexta. Argolo, por sua vez, havia sido secretário durante todo o ano passado, sendo realocado, em cargo mais baixo, depois da nomeação do coronel Ronaldo.
No novo cargo, Dagoberto terá como atribuições "desenvolver estudos sobre pleitos, programas, projetos e ações" e "requerer informações e documentos às entidades desportivas profissionais". Vai atuar, portanto, em área que preocupa os clubes.
Em abril, o PSL, partido presidido por Luciano Bivar, deputado federal e irmão do presidente do Sport, entrou no STF com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) que reclamava do direito da Autoridade Pública de Governança do Futebol de "requisitar informações e documentos às entidades desportivas profissionais", independente de serem aderentes ou não ao Profut.
"A requisição de quaisquer documentos não relacionados ao referido programa deve ser compreendida como indevida e inconstitucional intervenção estatal; verdadeira atuação inquisitória do Estado sob o manto da moralização da gestão futebolística, que acaba por tornar letra morta a garantia constitucional da autonomia desportiva", criticou o PSL na ADI.
Histórico
Antes de chegar ao governo, Dagoberto ocupou durante três anos, de 2008 a 2011, o posto de secretário-executivo (atualmente chamado "CEO") da União dos Grandes Clubes do Futebol Brasileiro, o Clube dos Treze. Seu papel foi atuar no Congresso Nacional em defesa dos clube durante a tramitação e aprovação da nova Lei Pelé. Deixou o cargo quando o Clube dos Treze foi extinto.
Ele também teve passagens destacadas por Athletico (de 2011 a 2012, como superintendente de futebol) e principalmente pelo Santos. Na Vila Belmiro, atuou de 2001 a 2008, como um dos homens-fortes de Marcelo Teixeira. Depois, em 2015, foi superintendente de esportes, homem de confiança do presidente Modesto Roma Junior.
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