Time do Exército estreia no futebol com empate na Série B do Rio
O Exército Brasileiro tem uma equipe na Série B-1 do Campeonato Carioca, considerada a segunda divisão do estadual. A estreia do time, joga com a camisa do São Gonçalo Esporte Clube, foi em um empate neste sábado, contra o Artsul, por 0 a 0 em casa, no estádio Alziro de Almeida, o Alzirão, em Itaboraí (RJ). Na camisa do time estavam o escudo do clube e também o do Exército.
Como revelou o Olhar Olímpico em janeiro, o Exército tinha o planejamento de firmar parceria com um time da segunda ou da terceira divisão do Rio, usando a competição como treinamento para os Jogos Mundiais Militares. A competição, quadrianual, vai ser realizada em Wuhan (China), em outubro.
Ainda no ano passado, a Comissão de Desportos do Exército optou por contratar novos jogadores para a equipe que já contava com seis militares do programa de alto-rendimento. Por isso, incluiu o futebol no último dos editais que todo ano incorpora ao Exército atletas em condições de conquistar bons resultados em eventos internacionais militares.
Depois de uma peneira em setembro do ano passado, na qual avaliou 44 atletas (32 do Exército, 10 da Marinha, um da Força Aérea e um da Polícia Militar do Rio), a comissão identificou que ainda precisava de zagueiro, lateral-direito, meia-ofensivo e atacante, em um total de seis vagas. Pelo edital, contratou esses jogadores, entre eles Leandro Carvalho, meia que começou a carreira no Botafogo e passou por clubes como Sport e Figueirense.
Com o elenco definido, foi a vez de fechar parceria com um clube. E o escolhido foi o São Gonçalo, uma das equipes da cidade homônima – o Gonçalense FC também está na B-1. De acordo com o jornal O Globo, o Exército banca 18 atletas e a infra-estrutura de treinamento, enquanto que o clube arca com os jogadores civis (seis) e com a comissão técnica, além de despesas correntes de competição.
O modelo já é utilizado, com sucesso, no futebol feminino, onde o time da Marinha representa o Flamengo em competições oficiais – é, inclusive, atual campeão carioca. Todas as 21 jogadoras que deverão defender o Brasil nos Jogos Mundiais Militares devem ser oriundas do Programa de Alto-Rendimento.
Histórico
Contratar atletas de alto-rendimento para formar as seleções brasileiras militares é uma política das Forças Armadas desde 2008. Mas os editais, que abrem vagas específicas por provas e/ou modalidades, não costumam contemplar jogadores de futebol. A primeira vez foi em 2011, quando, com quatro reforços, entre eles Fábio Augusto (ex-Corinthians e Flamengo), o Brasil foi bronze nos Jogos Militares daquele ano, em casa. Depois, em 2015, contando apenas com militares de carreira, não passou no sexto lugar de uma competição na qual Argélia e Omã fizeram a final.
No processo seletivo mais recente, quarenta e três jogadores se inscreveram, dos quais 20 foram aprovados na primeira fase, curricular. Nela, o Exército atribui pontuações aos candidatos para encontrar aquele que melhor se encaixa no perfil buscado. Por exemplo: participação na Série D do Brasileiro vale mais do que na Série A. Quem tem de cinco a 10 anos de carreira tem mais pontos de quem tem menos de cinco, ou mais de 10.
Também nisso o futebol se distingue bastante das outras modalidades olímpicas, nas quais o Exército busca a nata do esporte brasileiro, sendo bem-sucedido. Com critérios bem delimitados, as Forças Armadas conseguem reservar as vagas para quem tem chance de medalha não só nos Jogos Militares, mas também na Olimpíada.
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