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Olhar Olímpico

Hypolito pede encontro com Bolsonaro e sonha em ser cantor

Demétrio Vecchioli

11/05/2019 04h00

Crédito: Lucas Lima/UOL

Devido a problemas físicos, Diego Hypolito ficou mais de dois anos sem competir depois da medalha olímpica na Rio-2016. Voltou para participar de duas etapas de Copa do Mundo e não teve os resultados esperados. Agora, aos 32 anos, já traça planos de transição para a aposentadoria. Quer trabalhar pelo esporte, apresentando planos para o governo federal, e sonha em ser cantor. Além disso, retomou a faculdade de Educação Física e espera estar formado em um ano.

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"O meu pensamento é juntar atletas que tenham relevância no país para que a gente mude essa cultura hipócrita e pobre de espírito de vencer a qualquer custo. Não se vence a qualquer custo. Eu quero chegar à presidência pra conversar com o presidente (Jair Bolsonaro) pra que a gente tenha valor no esporte. Eu mandei inúmeras mensagens pra ele no Instagram. Não tive nem uma resposta", disse Diego, durante a sessão de depoimento para a série Minha História, do UOL Esporte, em que assumiu ser gay.

O intuito, diz o ginasta, é ser recebido pelo presidente da República para mostrar seus planos de um esporte mais independente. "Eu faço parte de um projeto da Sigo Esporte, que pode ajudar para que os atletas não precisem mais do governo. Isso daria uma independência muito grande pros atletas. E existe um medo muito grande das confederações, não da de ginástica, que está dando muito apoio. Os dirigentes têm que fazer a parte deles", afirma Diego. 

O ginasta reclama que os medalhistas olímpicos, como ele, Arthur Zanetti e Arthur Nory, devem ter direito a voto na assembleia da confederação. No final de março, a CBG alterou seu estatuto e incluiu, como manda a nova lei, 13 representantes dos atletas, que precisarão ser escolhidos pelos próprios.

"Eu acho que os medalhistas olímpicos têm que votar. Eu vivi tudo o que o esporte viveu e acredito que ainda tento ter a humildade máxima de sempre enxergar que o esporte é pra todos, como inclusão social, como tudo, mas agora a minha visão maior no esporte é mudança. Eu acho que a gente precisa de mudança", avalia.

A mudança vem na própria rotina de Diego. "Eu tenho muita vontade que as pessoas saibam que eu sou cantor profissional. Isso é uma das coisas que eu tenho muita vontade. Eu eliminei esse dom que eu tenho por conta da ginástica. Hoje em dia, faço fono, publico coisas cantando, coisas que jamais imaginei. Fui no Serginho Groisman, cantei, e o pessoal ficou um pouco impressionado porque ninguém sabia que eu cantava", lembra.

Especialista no solo e no salto na ginástica, na hora de cantar Diego é eclético. Com o microfone na mão, sua música favorita é Pra Sempre Vou te Amar, do cantor romântico/evangélico Robinson Monteiro. Mas o ginasta também gosta de sertanejo, rock nacional, samba e pagode.

Ao mesmo tempo, Diego decidiu retomar a faculdade de Educação Física que ele começou ainda no início da carreira, em 2005, agora à distância, para se formar ainda no ano que vem. Antes, deve lançar uma biografia pelo selo Benvirá, da Saraiva. O livro estava em fase final de apuração, mas sofrerá alterações depois que Diego revelou, em texto publicado pelo UOL Esporte, que é gay.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.