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Olhar Olímpico

Governo do Rio reabre estádio de atletismo sem a pista de atletismo

Demétrio Vecchioli

11/05/2019 04h00

Estádio de Atletismo Célio de Barros virou depósito para reforma do Maracanã em 2013 (Júlio César Guimarães/UOL)

Salvo pelo gongo de ser completamente derrubado em 2013, o Estádio de Atletismo Célio de Barros, no complexo do Maracanã, reabrirá seus portões neste sábado. A Secretaria de Estado de Esporte, Lazer e Juventude do Rio diz que "revitalizou" as arquibancadas para 9 mil pessoas e recuperou uma pista de aquecimento de 100 metros. Mas o estádio segue sem sua razão de existir: a pista de atletismo.

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Quando o Estádio do Maracanã estava sendo reformado para a Copa do Mundo, o projeto previa a demolição do Célio de Barros e do Parque Aquático Julio de Lamare para a construção de dois edifícios garagem de 22 metros de altura com restaurantes, bares e lojas. Na esteira daqueles protestos de julho de 2013, a Defensoria Pública da União proibiu por 30 dias a demolição dos dois equipamentos. Logo depois, o então governador Sérgio Cabral (MDB) anunciou a desistência do plano.

Naquele final de julho de 2013, o Julio de Lamare ainda estava intacto, mas o Célio de Barros já havia virado escombros. Desde então, pouca coisa mudou. O terreno foi limpo e inclusive virou sede de um parque de diversões temporário. Mas até hoje o estádio, propriamente dito, não existe. O governo do Rio já solicitou um repasse do governo federal para reconstruir a pista, mas não obteve resposta ainda.

Neste sábado (11), o governador Wilson Witzel (PSC) reabre um "estádio" que, na verdade, é uma arquibancada. Debaixo dela, que ficava em frente à reta principal, existe uma pista antes usada para aquecimento. E também um auditório, para 115 lugares. Além disso, o governo diz ter alterado a identidade visual, podado arbustos, plantado mudas de plantas e restaurado a fachada do redor do estádio.

O plano é que sejam realizadas no auditório as audiências públicas obrigatórias para a discussão do modelo da nova concessão do complexo do Maracanã à iniciativa privada. O governo tem 180 dias, a partir de 19 de abril (data em que assinou com o Flamengo) para apresentar o projeto.

Enquanto isso, o Julio de Lamare funciona a pleno vapor. O parque aquático foi reaberto no ano passado, ainda na gestão de Eduardo Pezão (MDB), em parceria com a Associação Bauruense de Desportos Aquáticos (ABDA), que ocupa o espaço oferecendo diversas escolinhas de esportes aquáticos. No mês passado, já na gestão Witzel, foram reinauguradas as piscinas olímpica e de saltos, que até então estavam fechadas.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.