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Olhar Olímpico

Troféu Brasil define cinco primeiros nomes para o Mundial de Natação

Demétrio Vecchioli

16/04/2019 18h46

Breno Correia, Fernando Scheffer, Luiz Altamir e João de Lucca vão compor o revezamento 4x200m livre do Brasil no Mundial (Satiro Sodré/SSPress/CBDA)

O Troféu Brasil Maria Lenk começou mostrando a força da "nova geração" da natação brasileira. Quatro meses depois do recorde mundial em piscina curta do revezamento 4x200m livre, Luiz Altamir, Breno Correia e Fernando Scheffer fizeram uma disputa emocionante na final dos 200m livre. Melhor para Scheffer, que ficou com o ouro, seguido de perto por Breno. Altamir terminou em terceiro.

Os três estão garantidos no Mundial de Gwangju (Coreia do Sul), que vai acontecer em julho. Isso porque a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) definiu que a seleção terá 24 atletas, garantindo a convocação dos revezamentos completos se a soma do tempo dos quatro componentes for melhor do que o desempenho do time sétimo colocado no último Mundial.

Somando os tempos de Scheffer (1min46s27), Breno (1min46s65), Altamir (1min47s23) e João de Lucca (1min47s26), que ficou com a última vaga, o Brasil tem 7min07s41, mais de dois segundos abaixo do necessário. 

Scheffer, que fechou 2018 como o quarto tempo do mundo, fez nesta terça o sexto tempo do ranking mundial 2019, onde quatro brasileiros estão no top20. Depois de bater recordes sul-americanos no Troféu Brasil e no Open do ano passado, dessa vez ele não melhorou seu tempo.

A prova ainda teve ótima participação do jovem Murilo Sartori, de apenas 17 anos, que fez 1min47s75 e chegou em quinto. Pela evolução que tem demonstrado, o nadador de Americana-SP tem tudo para estar em Tóquio-2020. Também recordista mundial do revezamento, Leo Santos fechou em sexto, com 1min48s60, e deve buscar a vaga no Mundial nas provas de medley. Aí, poderia nadar as eliminatórias do revezamento.

Quem também já está garantido na Coreia do Sul é Guilherme Guido, para abrir o revezamento 4x100m medley – é muito improvável que o Brasil não se classifique. Guido venceu os 100m costas, com 53s83, seguido de perto de Gabriel Fantoni (54s13). Guilherme Basseto ficou com terceiro, com 54s22.

O critério para a ocupação das demais vagas na seleção será a equivalência, no ranking mundial de 2018 (sim, do ano passado) do tempo registrado no Maria Lenk, considerando apenas dois atletas por país. Fantoni é 38º, sem descartes, e 23º já com o descarte.

Outras provas

Nos 100m costas, nenhuma surpresa: vitória de Etiene Medeiros, com 1min00s13, a 13 centésimos de seu recorde do campeonato. Cada vez mais, porém, ela tem se dedicado às provas de nado livre. A marca desta terça é equivalente ao 37º lugar do ranking mundial de 2018, sem descartes, e 21º com descarte.

Nos 200m livre, vitória da norte-americana Mallory Comerford, contratada pelo Minas Tênis Clube somente para o Troféu Brasil. Entre as brasileiras, a melhor foi Manuella Lyrio, do Pinheiros, com 1min58s83. Larissa Oliveira, também do Pinheiros, terminou em terceiro, com 1min59s31.

O desempenho de ambas é frustrante, uma vez que havia a expectativa de que as duas nadassem na casa de 1min57s.  Nem Manuella nem Larissa devem ir ao Mundial por esta prova – as duas têm chance de se classificarem pelos 100m livre. Da mesma forma, o 4x200m livre, principal revezamento feminino brasileiro, também não estará na Coreia do Sul. Elas precisavam somar 7min54s, mas fizeram acima de 7min58s.

Nos 800m livre feminino, vitória da argentina Delfina Pignatiello, que nada pelo Pinheiros. Ela foi seguida por Viviane Jungblut e Ana Marcela Cunha, que vão ao Mundial para nadar as provas de maratonas aquáticas. Vivi ficou a menos de 3 segundos de bater o recorde brasileiro de Ana Marcela Cunha.

 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.