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Olhar Olímpico

COB prevê gastar mais de R$ 1 milhão com assembleias de confederações

Demétrio Vecchioli

22/03/2019 04h00

Boa parte das principais confederações olímpicas do país tem, em seus estatutos, a exigência de que os balanços financeiros dos anos anteriores sejam votados até 31 de março. Isso faz com que os últimos dias do mês sejam agitados para cartolas brasileiros, que se reúnem em assembleias que discutem não apenas aprovação de contas, mas também calendário, orçamento e estatutos.

Tudo isso é bancado pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), que já prevê, nos repasses da Lei Agnelo/Piva, a reserva de recursos para uma assembleia anual ordinária de cada confederação. Só em 2019 essas assembleias vão custar R$ 1,085 milhão, de acordo com o COB. É quase 20% a mais do que o ano passado, quando elas custaram R$ 879 mil – e valor próximo a 2017, quando o gasto foi de R$ 1,079 milhão.

Por conta da autonomia das confederações, o COB não pode impor qualquer restrição ou exigência sobre a realização desses eventos. Isso significa que cada confederação pode marcá-la para o local em que preferir, mesmo que em cidades que não têm voos diretos da maior parte das capitais, o que gera maior custo logístico. É o caso da Confederação Brasileira de Ginástica (CBHb), que fará assembleia em Aracaju (SE), onde tem sua sede. 

Essa rodada de assembleias é importante porque as confederações têm até maio para alterar seus estatutos e adequá-los às exigências contidas na lei derivada da MP 846. A principal delas é que os atletas tenham no mínimo 1/3 dos votos nas assembleias. Modalidades como atletismo e desportos aquáticos se adequaram. A Confederação Brasileira de Judô (CBJ) não discutiu o tema em sua assembleia, realizada no fim de semana passado. Vai marcar outra assembleia para isso.

De acordo com o COB, até o fim do mês ainda serão realizadas as assembleias das confederações de ciclismo, esgrima, ginástica, handebol, hóquei sobre grama, karate, levantamento de pesos, tênis de mesa e vela, pelo menos.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.