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Olhar Olímpico

Brasil é elogiado internacionalmente no rúgbi e alcança seu melhor ranking

Demétrio Vecchioli

11/03/2019 18h29

Brasil e Uruguai se enfrentam em Montevidéu no rúgbi (World Rugby)

O rúgbi ainda não é grande no Brasil como prometeu a famosa propaganda, mas ao menos a seleção brasileira vem, enfim, ganhando reconhecimento internacional. Depois de terminar em quarto lugar no Americas Rugby Championship, uma liga que reúne as seis equipes mais fortes do continente americano, o Brasil alcançou uma inédita 24ª colocação no ranking mundial. 

Tão importante quanto a evolução no ranking é o reconhecimento que o Brasil vem ganhando na modalidade. Sites estrangeiros e até mesmo o site da federação internacional têm destacado que a seleção brasileira hoje tem um dos melhores scrums do mundo. Esse já havia sido o ponto alto do time contra os Maori All-Blacks, em amistoso no fim do ano passado, e se repetiu durante toda competição continental, ao longo dos últimos 40 dias.

No último jogo do torneio, no sábado, o Brasil chegou a ir para o intervalo vencendo o Uruguai em Montevidéu, mas levou a virada e perdeu por 42 a 20. A partida valia um inédito terceiro lugar na liga para a seleção brasileira, que acabou retomando o quarto lugar obtido em 2017 – em 2016 e 2018, nas outras edições da competição, o Brasil foi quinto.

Neste ano, o Brasil foi atropelado pela Argentina (54 a 3), venceu Canadá (18 a 10) e Chile (15 a 10) em casa, mas caiu também frente aos Estados Unidos, em jogo parelho, por 33 a 28.

Em uma modalidade em que já era esperado que o crescimento do Brasil não fosse acentuado, esses resultados próximos contra Uruguai e Estados Unidos, além da vitória sobre o Canadá, são importantes na evolução da seleção. Primeiro porque Canadá (21º), Uruguai (16º) e Estados Unidos (15º) estão em posições no ranking que o Brasil considera viável alcançar.

Mas principalmente porque, daqui a dois anos, será contra essas equipes que o Brasil buscará o sonho de ir à sua primeira Copa do Mundo. Nas Eliminatórias passadas, para o Mundial deste ano, a seleção brasileira entrou como 38ª do ranking e perdeu de Chile (15 a 10) e Uruguai (41 a 27) e não conseguiu avançar para a repescagem contra o perdedor de EUA x Canadá. Se quiser ir à Copa de 2023, não há outro caminho: o Brasil precisará ser campeão sul-americano em 2021 (a competição não é disputada pela Argentina) e depois passar por um dos times da América do Norte.

 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.