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Olhar Olímpico

De uma só vez, Flamengo tira 16 atletas do Fluminense

Demétrio Vecchioli

08/03/2019 04h00

Luis Provençano, ao centro, leva sua equipe para o Flamengo

Em uma única cartada, o Flamengo tirou 16 jovens nadadores da equipe do Fluminense, entre eles atletas das seleções brasileiras de base. A transferência em massa foi motivada pela contratação, por parte do clube da Gávea, do técnico Luís Flavio Provençano, que é o treinador de todo esse time.

Provençano, que tem 35 anos de carreira como técnico de natação, é conhecido no Rio por trabalhar com atletas principalmente da região da Barra da Tijuca. Com autorização do Comitê Olímpico do Brasil (COB), ele utiliza o Parque Aquático Maria Lenk como casa da sua equipe, a LF Nadadores, que até o ano passado estava federada pelo Fluminense.

Até que surgiu o convite do Flamengo, que ele considerou irrecusável, para ser funcionário do clube – o que ele não era no Flu. "O Flamengo hoje tem uma estrutura para atender a base da natação brasileira que me empolgou muito. Um centro de pesquisa do esporte, um centro de treinamento para recuperação de atletas, atendimento psicológico esportivo, duas piscinas olímpicas. O clube está investindo muito no esporte olímpico", elogia o treinador.

Junto com eles, seguem para o Flamengo 16 nadadores, de acordo com o clube rubro-negro. No grupo estão algumas das principais promessas da natação brasileira, como Gabriel Vereza e Maria Fernanda Costa, ambos infanto-juvenis. 

"Esses atletas treinam comigo há oito anos, sendo que os mais novos estão há três anos. É uma equipe que vem fazendo trabalho comigo de longa data. Foi como se fosse uma ação natural das coisas. Foi feito um convite, uma proposta de trabalho, eu passei para os atletas, para suas famílias, e todos concordaram em seguir junto comigo. Eles conhecem meu estilo de trabalho e sabem que está sendo um estilo vitorioso. Por isso decidimos juntos passar para o Flamengo", ele explica.

Depois de aproveitar os Jogos Olímpicos do Rio para se renovar em termos de infra-estrutura, o Flamengo vem tentando retomar a revelação de talentos em diversos esportes, incluindo a natação. Nos últimos anos, o clube rubro-negro formou diversos nadadores de alto-nível, como Breno Correia e Luiz Altamir, recordistas mundiais do 4x200m livre em piscina curtas, mas perdeu a dupla para o Pinheiros porque não cobriu propostas financeiras.

O clube tem como proposta não apenas formar atletas, mas mantê-los na Gávea, voltando a brigar entre os grandes da natação brasileira. Na temporada passada, o Flamengo foi o sexto colocado do ranking nacional, atrás de Minas Tênis Clube, Corinthians, Pinheiros, Curitibano e Grêmio Náutico União. O Fluminense fechou a elite em nono, atrás também de Unisanta e Sesi.

Provençano e equipe no Fluminense, em 2018

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.