Gestão Doria ignora ordem da prefeitura e mantém alojamento irregular
O governo do estado de São Paulo deu de ombros para a determinação da prefeitura de São Paulo de que os alojamentos irregulares de atletas deveriam ser fechados "imediatamente". Nesta quinta-feira (14), a secretaria estadual de Esporte moveu jovens que estavam hospedados em um alojamento no Ibirapuera para os quartos que ficam dentro do ginásio. Os dois prédios, porém, fazem parte do mesmo complexo esportivo, que tem um mesmo alvará da prefeitura. Esse alvará proíbe o uso residencial do espaço, mas o governo estadual diz que não foi notificado pela prefeitura de que não pode manter atletas morando ali.
Para os clubes, a determinação da prefeitura foi dada na terça-feira (12), depois de o ação do Ministério Público estadual. O governo municipal enviou nota à imprensa, na ocasião, para informar que "a Secretaria Municipal de Esportes e Lazer (SEME) definiu pela suspensão imediata do funcionamento de todos os alojamentos de clubes de futebol de São Paulo que não tenham licença de funcionamento ou que não estejam em conformidade com as normas vigentes de segurança".
Os clubes receberam ofícios com esse aviso e cumpriram à risca. O São Paulo, por exemplo, retirou seus jogadores do CT da Barra Funda e os levou para Cotia. O Corinthians desativou a chamada "Casa dos Atletas", na zona leste. Juventus e Portuguesa também fecharam alojamentos que estavam irregulares. Na quarta, depois de encontro entre os clubes de futebol e representantes da prefeitura, estes concederam entrevista coletiva e explicaram que a medida valia também para outros alojamentos esportivos.
A pressão sobre os clubes, porém, não funcionou para o governo do estado. "O alvará obviamente que você vê que não é residencial", reconhece o secretário estadual de Esporte, Aildo Rodrigues (PRB), responsável pelo Ibirapuera. O Olhar Olímpico mostrou na quarta-feira que o alvará de todo o terreno do complexo esportivo é de categoria NR3, que não permite uso residencial, apenas para "eventos".
De acordo com Aildo, os atletas vão continuar morando no ginásio, ao menos até que a prefeitura envie um ofício determinando a retirada dos jovens de lá. "Se formos notificados, vamos atender e vamos obedecer. O que estamos fazendo é cuidando para que os atletas sejam colocados em local que tem laudo do Corpo de Bombeiros, que tem alvará de funcionamento, segurança 24 horas. Os equipamentos de segurança foram testados hoje (quinta). Não tem porque tamanha preocupação", afirmou ao blog, por telefone.
Aildo defende que não há preocupação porque existe um alvará municipal para o ginásio. É um caso muito semelhante ao do Corinthians, que também tinha alvará do Corpo de Bombeiros para sua Casa dos Atletas. Só que o alvará não era para alojamento, como mostrou o UOL Esporte na quarta-feira pela manhã. Pouco depois o Corinthians retirou os atletas de lá, os Bombeiros foram fazer vistoria e o MP-SP fez cobranças públicas.
Problema muda de endereço
O governo estadual diz que, nesta quinta (14), mudou os atletas de lugar, deslocando-os por cerca de 400 metros. Eles saíram de um prédio em péssimas condições estruturais na divisa do complexo esportivo do Ibirapuera com o 8º Batalhão de Polícia do Exército, como mostrou o Olhar Olímpico, e agora estão nos quartos que existem dentro do ginásio principal. Cada um desses quartos comporta 14 pessoas.
Ao blog, Aildo explicou que, na terça, fez uma visita ao alojamento e constatou que o local "não estava legal". "Notifiquei à diretoria que tomasse providências urgentes para a segurança dos atletas", contou.
A diretora interina do Ibirapuera, Alessandra Santos, contou outra versão ao Olhar Olímpico, na quarta. Disse que a mudança seria feita aos poucos e que começaria com os atletas do judô, até o fim da semana, porque eles tinham dificuldade em conseguir que seus quimonos secassem. Que não era nada relacionado ao estado do alojamento.
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