Após prisão de treinador de esgrima, COB diz que repudia assédio
Entidades como a Confederação Brasileira de Esgrima (CBE) e o Comitê Olímpico do Brasil (COB) foram pegos de surpresa, nesta terça-feira (12), com a notícia da prisão de um técnico de esgrima, um dia antes, em Curitiba (PR), acusado de assédio sexual contra uma garota de 12 anos. O nome do treinador não será revelado em respeito a pedido da Polícia Civil do Paraná, que quer preservar a identidade da vítima.
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Ainda que recentemente atuasse apenas com atletas das categorias de base no Círculo Militar de Curitiba, de onde foi demitido na semana passada por contenção de despesas, esse treinador tem recentes passagens pela seleção brasileira. Integrou uma missão do COB e acompanhou atletas juvenis em uma competição internacional, sempre convocado pela CBE.
"Eu estou em absoluto choque", disse, ao Olhar Olímpico, o presidente da confederação, Ricardo Machado. "O nosso meio é muito pequeno. Nós nos conhecemos demais, todos nós. Ele tem uma reputação absolutamente ilibada, é um excelente profissional. Foi atleta, técnico, é um bom técnico. Espero que tenha sido um grande mal entendido; às vezes isso acontece (ser um mal entendido), continuou.
De acordo com ele, essa é a primeira vez que um caso de assédio sexual atinge a esgrima brasileira. "Coincide que sou membro do conselho de administração do COB e agora mesmo estamos discutindo políticas de prevenção ao assédio sexual e moral. Estamos alinhados dado aos diversos casos recentes, desenvolvendo política de prevenção, e agora acontece isso", lamentou Machado.
O treinador, segundo o presidente da confederação, foi convocado algumas vezes no último ano para trabalhar como técnico da seleção em um sistema de rodízio, proposto para proporcionar vivência internacional aos treinadores. "Nós não temos treinadores contratados. Nas convocações, alguns são fixos, mas outros fazem rodízio. Ele é um técnico conhecedor do assunto, que vem se desenvolvendo. Foi inclusive indicado por nós para fazer um curso na federação internacional", contou o cartola.
A reportagem também procurou o COB, que destacou seu "compromisso com um ambiente saudável no esporte". "(O COB) disponibiliza aos atletas um canal aberto para denúncias de casos de assédio e abuso moral e sexual, e repudia qualquer tipo de assédio no ambiente esportivo. Qualquer atitude no âmbito de suas missões que venham a ser do conhecimento da entidade será punida com base no código de ética do COB, cujo órgão responsável pelo julgamento é o Conselho de Ética do COB", comentou o comitê.
O COB ainda lembrou que desde dezembro do ano passado tem uma Política de Enfrentamento e Prevenção ao Assédio e Abuso Moral e Sexual. "A política vale também para integrantes das delegações brasileiras em competições internacionais, funcionários e membros dos poderes do COB, prestadores de serviço e voluntários", continuou.
Presidente do Conselho de Ética do COB, o advogado Alberto Murray é ligado à esgrima, também comentou a denúncia. "É preciso tratar do caso com muita cautela. Claro que o assunto é gravíssimo e deve ser investigado com todo rigor. As conclusões finais só podem ser feitas após a apuração completa do caso", ressaltou, ao blog.
O Olhar Olímpico procurou o Círculo Militar do Paraná, clube onde teriam ocorrido os supostos atos de assédio sexual, que informou que enviaria nota comentando a denúncia. Até a publicação da reportagem, isso não ocorreu. Da mesma forma, o advogado do acusado não retornou as ligações.
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