Ex-comentarista do Sportv e dirigente são condenados a 4 anos de prisão
Dacio Campos, ex-comentarista de tênis do SporTV, e Jorge Lacerda, ex-presidente da Confederação Brasileira de Tênis (CBT), foram condenados a quatro anos de prisão em processo que investiga desvios de recursos da Lei do Incentivo ao Esporte. O caso foi denunciado pelo UOL Esporte em fevereiro de 2013 e, desde então, faz parte de um processo na Justiça Federal de São Paulo.
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Jorge Lacerda foi presidente da CBT entre 2004 e 2016, deixando o cargo já abalado por escândalos de corrupção e um ano antes do fim do mandato. O dirigente elegeu um membro da "mesma gestão": o então diretor-executivo Rafael Westrupp, que antes havia sido apadrinhado por Lacerda para presidir a federação estadual do seu estado, Santa Catarina. Ao assumir, Westrupp chegou a dizer que teria auxílio do antecessor para gerir a CBT.
Já Dacio Campos foi o principal comentarista de tênis do SporTV até o início do ano passado, quando foi colocado na geladeira enquanto o contrato dele não chegava ao fim, o que ocorreu em meados do ano. O afastamento coincidiu com a denúncia que o tornou réu no processo que agora teve sua primeira sentença, mas também estaria mais ligado a desavenças a respeito de comentários no Rio Open.
A sentença em primeira instância foi proferida no último dia 11 de dezembro pela juíza federal Raecler Baldresca, que permitiu a substituição de quatro anos de reclusão em regime aberto por penas de prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas, além do pagamento de um salário mínimo mensal a uma entidade pública ou privada.
Também foi condenado, a três anos de reclusão, também com substituição por penas de serviços à comunidade ou a entidades públicas, o empresário Ricardo Pinto Marzola Júnior, proprietário da Brascourt Pisos Esportivos. Todos podem apelar da sentença.
Entre 2010 e 2011, Dacio e Jorge Lacerda foram os responsáveis por desviar R$ 440 mil em valores não corrigidos, enquanto Ricardo também teria desviado R$ 40 mil, de acordo com a sentença. Os valores chegaram à CBT a partir de projeto de Lei de Incentivo ao Esporte, para a realização do torneio de tênis "Grand Champions Brasil 2011", ocorrido entre 26 e 29 de maio de 2011, em São Paulo,.
Como mostrou o UOL Esporte em 2013, dos R$ 600 mil que estavam à disposição da CBT para o evento, a maior parte (R$ 400 mil) foram pagos à Premier Sports Brasil, empresa de Dacio Campos, a título de aluguel de duas quadras de saibro da Sociedade Harmonia de Tênis, em São Paulo, onde ocorreu o torneio. O presidente do clube, porém, afirma que não recebeu esse dinheiro – o Harmonia foi cedido de forma gratuita.
Em sua sentença, a juíza entende que foi comprovada a "materialidade delitiva do crime de peculato" e que houve "o desvio de recursos captados a partir da autorização obtida pelo convênio com o Ministério do Esporte por Jorge Lacerda em prol da Premier Sports Brasil, empresa possuída e administrada por Dacio Campos, e em favor de Ricardo Marzola, dono e administrador da Brascourt". Este recebeu R$ 40 mil para montar um piso de borracha, que nunca foi montado.
Antes da condenação na Justiça Federal, Jorge Lacerda já havia sido multado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por conta desta mesma irregularidade. Já o Ministério do Esporte determinou que a CBT devolvesse o valor captado.
O blog procurou Dacio Campos e Jorge Lacerda, que ainda não responderam. Tão logo o façam, a reportagem será atualizada.
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