Maior federação olímpica do país, Paulista de Atletismo sofre intervenção
A maior e mais rica federação olímpica do país está sob intervenção. No início da semana, a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) nomeou um interventor para assumir a Federação Paulista de Atletismo (FPA), que recentemente teve rejeitadas as prestações de contas de quatro anos. A entidade é poderosa: só entre 2007 e 2015, apenas por convênios com a Secretaria Estadual de Esporte, Lazer e Juventude (SELJ), recebeu R$ 76,6 milhões.
A FPA foi presidida por Toninho Fernandes até 2012, quando o dirigente foi eleito presidente da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) e ajudou a eleger para o seu lugar Mauro Chekin, cartola do vôlei. Como a maior parte dos atletas de alto-rendimento do país treina e compete por clubes de São Paulo, a federação também era quem mais recebia repasses da CBAt – cerca de R$ 150 mil por ano.
Em dezembro, o Olhar Olímpico mostrou que a FPA utilizava recursos obtidos pelos convênios com a SELJ em empresas de fachada, as mesmas que serviam à CBAt. Após as denúncias, Toninho renunciou à presidência da confederação, pressionado, e um grupo de clubes tentou movimento semelhante em São Paulo. Por quase um ano, falhou.
Inicialmente, Chekin barrou qualquer tentativa de realização de uma assembleia. Sem divulgar a lista de clubes aptos, evitava que a oposição apresentasse um requerimento assinado pela maioria deles. Ele só foi balançar no cargo quando a Caixa Econômica Federal, patrocinadora da CBAt, exigiu que a confederação só repassasse recursos para as federações que cumprissem todas as obrigações legais.
Chekin precisou organizar uma assembleia para votar prestações de contas atrasadas e as mesmas foram rejeitadas. A partir dali, a FPA teve seus repasses cortados e ficou inviabilizada. Só que travar a federação paulista também significa cortar a maior parte das competições de alto-rendimento realizadas no país, o que prejudicaria todo atletismo brasileiro. Além disso, prejudicar diversas provas de rua que dependem de permissão e arbitragem da FPA.
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Convencido disso, o presidente da CBAt, Warlindo Carneiro, determinou a intervenção, nomeando Joel Lucas Vieira de Oliveira, treinador ligado ao Sesi-SP e ex-arremessador de peso, como interventor. Na quinta, os dois foram até a sede da FPA, onde encontraram Chekin já acompanhado de advogados. O cartola paulista rejeitou a intervenção física, negando-se a receber uma notificação administrativa. Agora, a CBAt promete adotar "as medidas cabíveis visando a implementação da medida".
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