Conselho de Ética do COB recebe duas denúncias contra a CBDA
Sete meses depois de começar a funcionar, o Conselho de Ética do Comitê Olímpico do Brasil (COB) recebeu na tarde desta terça-feira (16) as duas primeiras denúncias de má-gestão em confederações. E ambas têm como alvo a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), por supostas irregularidades já durante a gestão de Miguel Cagnoni, que assumiu a entidade no ano passado.
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O Olhar Olímpico chegou a perguntar ao COB a respeito das denúncias na segunda-feira, quando o comitê disse não ter conhecimento delas. Nesta tarde, porém, ambas foram oficialmente remetidas ao presidente do Conselho de Ética, o advogado Alberto Murray Neto.
A origem e o conteúdo exato das duas são mantidos sob sigilo. Uma delas chegou ao Conselho por intermédio do gerente de compliance William Evangelista. A outra, pelo presidente da Comissão de Atletas, o ex-judoca Tiago Camilo, acionado pela comissão de atletas dos saltos ornamentais. Tanto Evangelista quanto Camilo têm a responsabilidade de receber denúncias de suas áreas e filtrá-las antes de encaminhar ao Conselho.
Nos dois casos, porém, as denúncias estão relacionadas à gestão de verbas públicas. Como mostrou o Olhar Olímpico na segunda-feira, Renato Cordani pediu demissão do cargo de diretor-geral de esportes da CBDA reclamando da falta de transparência da entidade. Principal apoiador financeiro da campanha de Miguel à presidência, Cordani não conseguiu esclarecimentos sobre as movimentações de uma conta bancária da CBDA.
Ao questionar o presidente da CBDA sobre um suposto pagamento feito a um profissional com quem este teria relações pessoais, Cordani não obteve acesso às movimentações da conta. Por não envolver dinheiro público, essas movimentações não estão disponíveis em mecanismos de transparência, seja do Ministério do Esporte ou do COB.
Agora, o Conselho de Ética deve acionar a CBDA, que terá cinco dias para responder às acusações. Depois disso é que o Conselho vai decidir se instaura ou não um procedimento disciplinar. Até agora, o único caso investigado pelo Conselho havia sido a denúncia contra o técnico Marcos Goto e a Confederação Brasileira de Ginástica, no caso da denúncia de abuso sexual contra o técnico Fernando de Carvalho Lopes. Tanto Goto quanto a CBG foram absolvidos.
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