Topo

Olhar Olímpico

Troféu Brasil joga ducha de água fria na renovação do judô masculino

Demétrio Vecchioli

20/08/2018 20h31

Alex Pombo ganhou seu sétimo título do Troféu Brasil

Quem esperava que a temporada 2018 pudesse marcar a necessária renovação da seleção brasileira masculina de judô pode ter que esperar mais um pouco. No fim de semana foi disputado em Canoas (RS) o Troféu Brasil, principal torneio nacional, e todos os jovens judocas que pintam com boa possibilidade de estarem em Tóquio-2020 foram superados por atletas mais velho. Na prática, a renovação defendida pela Confederação Brasileira de Judô (CBJ) ainda não começou.

Bom exemplo é a categoria até 66kg, em que Daniel Cargnin (20 anos, 12º do ranking mundial), foi derrotado por Charles Chibana, de 28 e hoje o 17º do mundo. Na categoria até 81kg, Eduardo Yudi (23, 10º) foi eliminado por Victor Penalber (28 anos, 23º). A expectativa era de que Daniel Cargnin e Eduardo Santos, duas das jovens apostas brasileiras para o Mundial deste ano, chegassem à seleção exatamente para superar Chibana e Penalber. (os nomes em negrito vão ao Mundial).

Outra aposta para Baku é Rafael Macedo (23, 20º), que parou na semifinal da categoria até 90kg. O título ficou com Eduardo Bettoni (28, 48º). Uma categoria acima, Rafael Buzacarini (41º, 26) faturou o ouro eliminando Leonardo Gonçalves (24º, 22), ausência mais sentida na convocação para o Mundial.

Pedra no sapato do judô brasileiro, a ponto de não ter nenhum atleta no Mundial, a categoria até 73kg teve Alex Pombo (30, 109º) como campeão pela sétima vez. Apostas da categoria, Lincoln Neves (22, 95º) e David Lima (20, 54º) perderam na estreia.

Nas duas categorias em que o Brasil vai bem internacionalmente não houve surpresas. Sem David Moura (2º), Rafael Silva (3º) ficou com o ouro no peso pesado. Já na categoria até 60kg o ouro foi para Eric Takabatake (27, 12º), que venceu Phelipe Pelim (28, 16º) logo na estreia.

 

Mulheres

No feminino, onde o cenário é de estabilidade já pelo quarto ciclo olímpico seguido, o Troféu Brasil mostrou algumas surpresas. Especialmente na categoria até 52kg, onde há a expectativa de que Erika Miranda (31, 3ª) possa ser superada. Em Canoas, a veterana foi derrotada pela jovem Larissa Pimenta (19, 78ª) na semifinal. Larissa ainda ganhou de Eleudis Valentim (26, 26ª) na final. Jessica Pereira (23, 8ª) não lutou.

Outra veterana, Ketleyn Quadros (30, 22ª) caiu nas oitavas de final da categoria até 63kg. Yanka Pascolino (21, 40ª) venceu Alexia Castilhos (23, 36ª) na final. No peso pesado, Maria Suelen Altheman (30, 4ª) perdeu na decisão por Sibilla Facchioli (24, sem ranking), mas bateu Beatriz Souza (8ª, 20) na semifinal.

Sem Mayra Aguiar (2ª), Samanta Soares (25, 24ª) foi campeã na categoria até 78kg. Rafaela Silva (11ª) também não lutou e viu o título da categoria até 57kg ficar com Tamires Crudes (24, 34ª). Maria Portela (30, 3ª) levou a categoria até 70kg.

Já a categoria até 48kg, a mais aberta da seleção, teve vitória de Gabriela Chibana (27) chegando ao título depois de passar por Nathalia Brígida (78) na semifinal. As duas têm 25 anos. Sarah Menezes (39ª) não lutou.

 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.