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Olhar Olímpico

Agora olímpico, surfe feminino amplia espaço e ganha circuito nacional

Demétrio Vecchioli

19/07/2018 04h00

Camila Cássia (divulgação/Abrasp)

O fim de semana vai marcar a retomada do surfe profissional feminino nas praias brasileiras. Depois de um hiato de seis anos, desde o fim do Brasil Surf Pro, o país volta a ter um circuito nacional, organizado pela Associação Brasileira de Surf Profissional (Abrasp). Em 2018 serão apenas duas etapas, mas a ideia é que o evento caia no gosto do público e de patrocinadores e fique maior no ano que vem.

Apesar do bom momento do surfe brasileiro internacionalmente – Brasil tem três surfistas entre os quatro primeiros do ranking mundial masculino e Tatiana Weston-Webb em terceiro no feminino -, nacionalmente o cenário era de terra arrasada. Abrasp, que promove eventos profissionais e filia os melhores do país, não dialogava de maneira efetiva com a Confederação Brasileira de Surfe (CBS), entidade responsável pelo surfe "amador".

Ainda que a decisão de incluir o surfe como modalidade olímpica tenha sido anunciada em 2015, só recentemente as duas entidades se alinharam. E a exposição do surfe como esporte de Tóquio-2020 ajudou a atrair patrocinadores. A Neutrox, que fez um evento profissional de um fim de semana em 2017, vai bancar duas etapas do circuito esse ano e pode renovar o contrato para outras três temporadas.

No fim de semana, a primeira etapa de 2018 será a praia da Tiririca, em Itacaré (BA), um dos principais points do surfe brasileiro. Depois, no Rio, entre 28 e 30 de setembro, o evento ainda vai contar com competições de skate e vôlei de praia.

A etapa baiana vai pagar R$ 15 mil em premiação para o surfe profissional (haverá ainda disputa de longboard), enquanto que no Rio o prêmio será em dólares: US$ 5 mil. Ambos os torneios valem para rankings Qualifying Series da WSL – ou seja, valem para acessar o principal circuito profissional do mundo e podem ajudar a colocar mais uma brasileira na WSL.

"Estamos muito orgulhosos de, juntos, voltarmos a fomentar a modalidade da forma que merece e esperamos que esse seja a continuidade de um ciclo virtuoso do surf feminino no país", afirmou, Pedro Falcão, diretor executivo da Associação, via assessoria de imprensa.

Atualmente o Brasil tem duas surfistas que correm a WSL: Tatiana Weston-Webb (gaúcha radicada no Havaí que só recentemente assumiu na nacionalidade esportiva brasileira) e Silvana Lima, veterana de 33 anos. Além delas, Taina Hinckel é 56ª do ranking de acesso, com pouco mais de US$ 1,6 mil em premiação na temporada.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.