Viação Cometa está entre alvos de operação da PF contra o handebol
A Viação Cometa, uma das maiores empresas de transporte rodoviário do país, está entre os alvos da operação Sete Metros, deflagrada nesta quinta-feira pela Polícia Federal. Ao Olhar Olímpico, a PF de Sergipe confirmou que na seda Cometa, em São Paulo, foi cumprido um mandado de busca e apreensão.
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A operação, que envolveu 60 policiais federais, acontece em torno das suspeitas de fraudes no uso de R$ 6 milhões de um convênio entre o Ministério do Esporte e a Confederação Brasileira de Handebol (CBHb), para a realização do Mundial Feminino de 2011, em São Paulo.
À época, a CBHb contratou a Cometa para "locação de ônibus executivo para transporte dos atletas, comissão técnica e comissão organizadora durante a realização da competição", pelo valor final de R$ 468 mil. Na concorrência, a Cometa competiu contra uma empresa, a Ranking, que tem como donos dois doss "gerentes" do Mundial.
Em maio, a Justiça Federal do Distrito Federal já havia apontado que "ao que parece, a única preocupação foi reunir e apresentar documentos que pudessem dar uma aparência de cumprimento à exigência imposta como condição ao recebimento dos recursos pelo Ministério dos Esportes".
Além disso, a CBHb continuou pagando a locação de 22 veículos (que estavam à disposição dos membros da Federação Internacional de Handebol) e 30 vans (destinadas ao apoio
e organização) mesmo após o encerramento do Mundial por três dias além da cerimônia de encerramento. Para a Justiça do DF, só isso gerou um custo adicional de mais de R$ 100 mil aos cofres públicos.
Por fim, a CBHb ainda pagou integralmente os 20 dias de locação de 24 vans sem considerar que a realização dos jogos abrangeu apenas 10 dias nas subsedes de Santos, Barueri e São Bernardo do Campo. Mesmo com metade das equipes desclassificadas e os jogos ocorrendo apenas em São Paulo, no Ibirapuera, as vans que deveriam fazer o trajeto entre as sedes foram mantidas.
Em nota, a Viação Cometa disse desconhece qualquer irregularidade relacionada ao contrato com a CBHb. "A Viação Cometa aproveita para reiterar que atua estritamente de acordo com as normas que regulamentam o setor, bem como as leis do país, sempre pautada por suas rigorosas regras internas de compliance", completou a empresa.
Em contato com a reportagem, o consultor jurídico da CBHb Paulo Sérgio Oliveira disse que não há fato novo que justifique a operação. "Todos os documentos relativos à prestação de contas do convênio estão em posse do Ministério do Esporte", apontou o advogado, que explicou que a operação teria sido determinada por um novo delegado, que trabalha no caso na PF do Sergipe depois que o titular está em licença médica. Paulo Sérgio ainda destacou que Manoel já foi ouvido na investigação.
Mandados
A sede da Confederação Brasileira de Handebol, em Aracaju, também está entre os locais visitados pela Polícia Federal esta manhã, assim como a casa do presidente licenciado da entidade, Manoel Luiz Oliveira, também na capital de Sergipe. A residência do responsável pelas contratações também foi alvo de mandado de busca e apreensão.
Em Brasília, na sede da Orion Serviços de Telecomunicação, a Polícia Federal encontrou um depósito de bebidas. A impressão inicial é que a microempresa seria de fachada, de acordo com uma fonte da PF.
Também foram alvo da Sete Metros as seguintes empresas: GRM Serviços Médicos, Nobre Segurança Patrimonial, Flávio Audi Caleb Eventos, ZAS qualidade de vida, San Corporation, Photo&Grafia Comunicação, Geraforça Locação de Equipamentos e MR Sport
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