COB adia planos e só deve se mudar o Maria Lenk no ano que vem

(Heitor Vilela/COB)

O Comitê Olímpico do Brasil (COB) adiou os planos de alterar sua sede para o Parque Olímpico da Barra. A entidade já admite a mudança não vai acontecer em 2018, mas apenas no ano que vem, ainda sem uma data estipulada.

"Em 2018 não acontece", assegurou Paulo Wanderley, em conversa com o blog. "Não é viável fisicamente. É recurso público, depende de licitação, de licenças diversas para ocupar o prédio para um público diferente. Estamos dentro da nossa burocracia", explicou o dirigente.

A decisão de deixar o prédio alugado na Avenida das Américas, também na Barra da Tijuca, e mudar sua sede administrativa para o Parque Aquático Maria Lenk foi tomada pouco depois de Paulo Wanderley assumir, nos últimos meses do ano passado. Em artigo em janeiro, o cartola chegou a informar que a mudança ocorreria em 2018.

Mas o processo se mostrou mais complexo do que parecia. O Maria Lenk, que já hospeda diversas instalações esportivas do COB (laboratório, academia), tem espaço físico também para a parte burocrática. Mas o prédio precisa ser adaptado para diversas demandas.

Quando questionado pelo TCU sobre a necessidade de uma sede com tamanha metragem, o COB alegou que precisava do prédio da Avenida das Américas para atividades correlatas, citando "o Instituto Olímpico Brasileiro, biblioteca, toda a área cultural e divulgação do olimpismo" e argumentando que, assim, não precisava "locar sistematicamente espaços e equipamentos para a realização de palestras, apresentações, reuniões técnicas e de trabalho e assembleias".

A sede, de acordo com o relatório do TCU, é alugada desde agosto de 2005. O primeiro contrato estipulava um aluguel de R$ 100 mil por mês. Em 2010, o preço subiu de forma exponencial, para R$ 260 mil. Desde então, segundo o COB, os reajustes nunca mais foram tão grandes, de forma que, atualmente, paga-se R$ 300 mil por mês ali, o que gera um custo de R$ 3,6 milhões.

No Parque Aquático Maria Lenk, o COB não vai pagar aluguel, uma vez que, desde 2008, detém a concessão da estrutura, que foi construída para os Jogos Pan-Americanos. O contrato com a prefeitura do Rio garante que o espaço continuará a ser gerido pelo COB até 2028.