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Olhar Olímpico

Brasil mostra força e é vice dos Jogos Sul-Americanos com time reduzido

Demétrio Vecchioli

08/06/2018 18h15

Brasil venceu Argentina em clássico na final do handebol

O esporte olímpico brasileiro mostrou força em Cochabamba, na Bolívia. Após duas semanas de disputas, chegaram ao fim nesta sexta-feira os Jogos Sul-Americanos. Depois de uma disputa praticamente medalha a medalha, o Brasil terminou na segunda colocação geral, atrás apenas da Colômbia. Foram 94 ouros para os colombianos e 90 para os brasileiros.

O resultado é muito bom, apesar de obviamente o Brasil ter um histórico no esporte muito mais vitorioso do que dos colombianos. Mas, em Cochamba, o "Time Brasil" era só a sétima maior delegação. Além disso, na maior parte das modalidades o país não foi com força máxima – na natação, por exemplo, a equipe era juvenil.

Há ainda outro fator importante a ser levado em conta. A Colômbia ganhou 23 medalhas de ouro em modalidades e disciplinas que não são olímpicas, como squash, patinação em velocidade e até futsal, nas quais o Brasil sequer enviou representantes. Considerando apenas os esportes olímpicos, o Time Brasil teria ampla vantagem: 90 ouros, contra 73 dos colombianos. Um total de 204 medalhas, ante 190 da Colômbia.

Quando definiu os critérios de convocação, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) deixou claro que usaria a competição, disputada a cada quatro anos, para dar experiência a jovens atletas e para obter o máximo de vagas possíveis nos Jogos Pan-Americanos, nas modalidades em que os Jogos Sul-Americanos serviam como seletiva.

Ao final do torneio, o COB diz que atingiu o objetivo. Mas, nas modalidades que mais distribuíam vagas, o Brasil não se saiu bem. O ciclismo de pista é um exemplo. Havia 28 vagas em jogo em Cochabamba e, de acordo com o divulgado pelo COB, o Brasil não conseguiu nenhuma delas. No karatê, cada país poderia obter 14 vagas, chegando às finais e sem a concorrência de Colômbia e Venezuela – que participam de outra seletiva. O Brasil só conseguiu metade dessas vagas. No tiro, das 17 vagas em jogo, só duas foram para o Brasil.

"Procuramos mesclar a experiência de alguns atletas nas modalidades que buscavam a vaga para o Pan com a juventude de atletas de talento, mas que ainda precisam de vivência em competições internacionais e multiesportivas.  O modelo foi muito válido e eu estou muito satisfeito com a dedicação dessa jovem geração que defendeu as cores do Brasil com muita garra e determinação, além de talento", disse Marco La Porta, vice-presidente do COB e chefe da missão.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.