Após CBAt, Federação Paulista tem movimento para derrubar presidente

Toninho Fernandes e Mauro Chekin, ex e atual presidentes da FPA
Dona do maior orçamento entre as federações estaduais' olímpicas' no país, a Federação Paulista de Atletismo (FPA) está em vias de passar por uma troca de poder. Liderados pelo SESI-SP, 18 clubes registraram um requerimento solicitando uma assembleia extraordinária, que obrigatoriamente precisa ser convocada. Nela, o presidente Mauro Chekin deverá ser afastado.
Entre 2007 e 2015, só a FPA e apenas por convênios, recebeu R$ 76,6 milhões da Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude (SELJ). O Instituto Memorial do Salto Triplo, um braço da federação, outros R$ 12 milhões. Fosse uma confederação, a FPA seria uma das 10 mais ricas do país, isso apesar de não contar com patrocinador.
Em dezembro, o Olhar Olímpico mostrou como essa verba era utilizada. Só a assessoria de imprensa para a seletiva para os Jogos Escolares, uma competição regional entre crianças, custou R$ 240 mil. O blog apontou diversos indícios de superfaturamento e de utilização de supostas empresas de fachada.
Aquela série de reportagens, que também envolvia outras entidades, causou, em março, a renúncia do Toninho Fernandes da presidência da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt). Toninho comandou a FPA por muitos anos e só deixou o cargo em 2012 para ocupar a presidência da CBAt. No lugar, deixou Chekin, seu aliado.
Tão logo as reportagens do Olhar Olímpico foram publicadas, em dezembro, a ex-arremessadora Elisângela Adriano, que assinava boa parte dos convênios polêmicos, renunciou à vice-presidência da FPA. Os clubes passaram a se mobilizar, mas a falta de transparência os impedia de saber ao certo quantas assinaturas seriam necessárias para convocar uma assembleia extraordinária e quais clubes estariam aptos a votar.
Esse processo só foi encerrado em meados de maio. Pinheiros e Centro Olímpico, ligado à prefeitura de São Paulo, se recusaram a assinar o pedido, que, por outro lado, tem o apoio de outras 18 entidades. No pedido, os clubes citam as reportagens do Olhar Olímpico e a consequente queda de Toninho. Apontam, também, que a FPA não está adaptada às normas legais vigentes e que a eleição de 2016, que reelegeu Chekin, foi ilegal e ilegítima.
Mas o principal item da pauta da assembleia é a "apuração das responsabilidades do presidente da FPA no conjunto de atos e fatos que motivaram a renúncia do presidente da CBAt, visando a inelegibilidade do mesmo na forma da lei". Ou seja: a ideia dos opositores é propor um novo pleito, para o qual Chekin estaria inelegível. A FPA tem até 5 de junho para convocar a assembleia, ou os clubes o farão.
Em nota, a FPA disse que recebeu a solicitação às 10h desta sexta-feira e encaminhou o caso para o corpo jurídico. "Em não havendo nenhuma inconsistência, acataremos o requerimento", garantiu o presidente Mauro Chekin.
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