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Olhar Olímpico

Natação endurece índices para os Jogos Olímpicos de Tóquio

Demétrio Vecchioli

08/05/2018 14h18

Seleção que vai ao Pan-Pac (Satiro Sodré/SSPress/CBDA)

A Federação Internacional de Natação (Fina) e o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciaram nesta terça-feira os índices necessários para as provas de natação dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. Conforme esperado, houve um endurecimento nas marcas mínimas, que são sempre mais rápidas do que na comparação com os índices para a Olimpíada do Rio.

Internacionalmente os índices são divididos em "A" e "B", sendo os atletas que os atletas que alcançam o índice A têm vaga olímpica garantida pela Fina, dentro do limite de dois nadadores por país por prova. Mas cada federação nacional pode estipular seus próprios critérios, dentro desse índice máximo. No Brasil, já exigiu-se um resultado mais forte do que o cobrado pela Fina, mas para a Rio-2016 todo mundo que atendeu aos critérios internacionais teve vaga.

O site da revista Swim Swan fez um comparativo e mostrou que as marcas ficaram mais duras principalmente nas provas de velocidade e nas femininas de medley. A tabela da Fina para os índices A tem como referência o tempo do 14º colocado das eliminatórias na Rio-2016, enquanto que no ciclo olímpico anterior a referência era o 16º colocado em Londres-2012.

Nos 50m livre, por exemplo, o índice passou de 22s27 para 22s01. Foi exatamente esse tempo que registrou Cesar Cielo na final do Troféu Brasil, no mês passado. A nova gestão da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) já vem implantando algumas medidas referentes a índices e, para o Pan-Pacífico deste ano, por exemplo, eles só poderiam ser alcançados na final do Troféu Brasil. A medida deve ser adotada também para a Olimpíada, o que restringe de quatro para um a quantidade de tomadas de tempo de um atleta para fazer o índice, como é em quase todo o mundo.

Nos 100m livre, o índice masculino foi de 48s99 para 48s57. Os quatro primeiros colocados do Troféu Brasil nadaram abaixo disso esse ano. Por outro lado, no feminino, o endurecimento dos índices deve complicar a vida da natação brasileira. Apenas duas mulheres entraram no time de 16 brasileiros para o Pan-Pacífico, ambas pelos resultados nos 50m livre. Mas as marcas de Lorrane Oliveira (24s94) e Larissa Oliveira (24s96) ficam expressivamente acima dos 24s77 necessários para Tóquio. No Rio,essa marca era 25s28.

 

 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.