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Olhar Olímpico

NBB lota Ibirapuera, ganha público, mas fã ainda é da NBA

UOL Esporte

18/03/2018 15h04

(Crédito: @NBB/Twitter)

Na quadra, os melhores jogadores dos times mais tradicionais do basquete brasileiro, como Franca, e de equipes de camisa, como Flamengo, Vasco e Vitória. Mas, nas arquibancadas do Ginásio do Ibirapuera neste domingo, durante o Jogo das Estrelas, só se via camisas da NBA, as mais populares delas do Cleveland Cavaliers. Uma demonstração de que o NBB até já conquistou seu público, mas que a relação com o basquete, ao menos na capital paulista, passa pela liga profissional norte-americana – tanto que a única loja de produtos oficiais no ginásio era da NBA, não do NBB.

Não que a relação umbilical do torcedor com a NBA seja um problema pra o NBB. Pelo contrário. A NBA é uma das "apoiadoras" da Liga Nacional de Basquete, organizadora do torneio. E, mais do que isso, é a principal referência, grande espelho. Tanto que o modelo do Jogo das Estrelas é parecidissimo com o All-Star Game: desafios de enterradas, da habilidades e de três pontos, alem de uma disputa entre "celebridades" de segundo ou terceiro nível. A diferença para o evento norte-americano é a duração. O evento "Jogo das Estrelas" começou as 10 horas e terminou quase as 15 horas. Muita gente já havia ido embora. O evento nos EUA é dividido em dois dias.

Quando a partida terminou NBB Brasil 130 x 121 NBB Mundo, a sensação era que o público novo que o NBB quer atrair para o basquete havia ido embora, mas que o fã ficou. Exatamente aquele que usa a camisa do Cavaliers, do Warriors, do Rockers. Mais fácil falar que praticamente todos os times da NBA estavam representados, até alguns que não existem mais.

Até aquele que deveria ser o ponto alto do dia teve NBA. Kobe Bryant apareceu num vídeo gravado para elogiar a carreira de Marcelinho Machado. Mas o telão de alta definição instalado especialmente para o evento, pendurado no teto do ginásio, travou. O público até viu Kobe, mas não o ouviu.

A experiência como um todo no Ibirapuera, porém, foi ainda melhor do que do ano passado, quando o NBB já havia feito aquele que era, de longe, o melhor de sua história. Este ano havia mais patrocinadores ativando suas marcas com atrações para o público e investindo ainda mais. Especialmente a Sky, que pegou um ginásio anexo só para ela.

Os refrigerantes vendidos no ginásio eram da marca Wewi, enquanto que na aérea VIP a comida era do McDonald's, dois patrocinadores que tiveram a chance de "degustar" o NBB. Devem ter gostado.

As muitas pontes aéreas do jogo tiveram patrocínio da Avianca e a FIESP – que, com sua bandeira nacionalista, patrocinou só o Time Brasil. A Nike ativou a marca Air Jordan, com direito a uniforme especial para os dois times e tênis exclusivos para Marcelinho Machado (se aposenta nesta temporada) e Shamell (esteve presente em todas as edições).

Até o show foi muito melhor do que do ano passado. Se o som do Jota Quest quase não foi ouvido em 2017, Thiaguinho levantou o Ibirapuera. Méritos do amigo Leandrinho, que não pôde jogar por lesão, mas agilizou o contato para garantir o pagodeiro cantando no intervalo.

Por Demétrio Vecchioli

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.