Prefeitura encaminha edital para Pacaembu ter prédios no lugar do Tobogã
Com José Eduardo Martins
A prefeitura de São Paulo já tem definido um projeto que deverá servir como base do edital de concessão do Complexo Esportivo do Pacaembu à iniciativa privada. Das cinco propostas inicialmente apresentadas no PMI (Procedimento de Manifestação de Interesse) lançado em junho do ano passado, a apontada como mais adequada pelos conselhos municipal e estadual de preservação do patrimônio histórico foi a do consórcio Novo Pacaembu, liderado pela Arena Assessoria de Projetos.
A informação foi publicada nesta sexta-feira pelo jornal O Estado de São Paulo e confirmada, em partes, pela reportagem do Olhar Olímpico. É que o consórcio não conta mais com o ex-jogador Raí. Quando assumiu a diretoria de futebol do São Paulo, ele optou por deixar a concorrência, para não haver conflito de interesses.
Além da empresa Raí + Velasco (sociedade do craque com o administrador de empresas Paulo Velasco, criada em 2002), fazem parte do consórcio a Arena Assessoria de Projetos, a Arap, Nishi & Uyeda Advogados (pertencente ao ex-presidente da confederação de rúgbi Sami Arap), a BF Capital Assessoria em Operações Financeiras Ltda e a Jones Lang Lasalle Hotels. Como é a Arena que tem maior expertise com estádios, o consórcio tem sido tratado como "Arena".
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Pelo modelo de privatização, a prefeitura abriu inicialmente o PMI, em junho, para que empresas e consórcios apresentassem ideias. Dos cinco projetos apresentados, um foi inicialmente recusado após passar pelos órgãos de preservação, o da Masterplan. Enquanto isso, outros quatro foram habilitados: da Arena, da Associação Casa Azul (Casa Azul), da SBP & Fernandes Arquitetos Associados (Fernandes) e da parceria entre Tetra Projetos e Almeida & Fleury Consultoria (Tetra).
No passo seguinte, essas quatro empresas/consórcios tiveram 60 dias para apresentarem projetos mais detalhados, que foram levados de novo ao Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo) e ao Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico). Após ouvir os dois órgãos de proteção ao patrimônio histórico, a comissão de avaliação escolheu o projeto da Arena como o melhor para o Pacaembu.
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Pelo projeto, o tobogã será demolido e, em seu lugar, serão construídas duas torres comerciais, uma delas para um hotel. Além disso, seria criada uma Escola de Artes e Fotografia dentro do estádio e instalado um novo nível de camarotes. A capacidade seria reduzida para cerca de 22 mil lugares. Os detalhes do projeto foram revelados pela ESPN Brasil, em agosto.
A proposta da Arena agradou aos órgãos de preservação porque, com a demolição do Tobogã, ela oferece a oportunidade de aquela área voltar a ter sua função original, que é de conectar o estádio ao restante do complexo esportivo – quadras de tênis, piscinas e ginásio. Além disso, desde o início ela promete uma cobertura translúcida sobre as arquibancadas, exatamente como determinou o Conpresp. A diretrizes determinadas pelo órgão municipal foram reveladas pelo Olhar Olímpico e precisam ser respeitadas pela Secretaria de Desestatização.
Importante ressaltar que isso não significa que será o Consórcio Novo Pacaembu o responsável por administrar o estádio. Ainda este mês, a prefeitura deve lançar uma consulta pública, para em abril apresentar o edital no qual os consórcios interessados vão apresentar propostas financeiras para ficar com o Pacaembu dentro das diretrizes sugeridas. O vencedor, caso este não seja o Novo Pacaembu, é responsável por pagar ao Novo Pacaembu pelo custo de produção do projeto vencedor.
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