Pressão dá resultado e COB convoca nova assembleia para votar estatuto
A campanha de diversos grupos de atletas surtiu efeito. Nesta segunda-feira, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) decidiu convocar mais uma assembleia geral extraordinária para votar alterações em seu estatuto. A ideia é que as confederações voltem a discutir, no próximo dia 6 de dezembro, o número de atletas com direito a voto no colégio eleitoral. Na semana passada, em decisão polêmica, elas aprovaram que os atletas teriam apenas cinco votos.
A comissão estatuinte havia sugerido, na minuta de estatuto levada à assembleia geral de quarta-feira, que os atletas tivessem direito a um voto a cada três votos das confederações. Ou seja: a partir do ano que vem, quando o COB terá 35 confederações, seriam 12 votos de atletas.
A proposta tinha tudo para ser aprovada, mas um grupo de confederações resolveu colocar em discussão um texto alternativo, dando cinco votos aos atletas, apenas. A votação terminou empatada, com 15 votos a 15, e caberia ao presidente Paulo Wanderley dar o voto de minerva. Mas a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM) pediu a anulação do voto da Confederação Brasileira de Rugby (CBRu), uma vez que seu representante havia deixado a assembleia, ainda que tivesse declarado seu voto.
A anulação foi aprovada pelas mesmas 15 confederações que votaram pela redução no número de votos dos atletas, ainda que o jurídico do COB tivesse se posicionado contra esta medida. A postura das confederações revoltou atletas e também parte dos presidentes que votaram a favor da proposta inicial.
Nas horas seguintes, as ONG's Atletas pelo Brasil e Sou do Esporte soltaram notas duras criticando esse grupo de confederações e o presidente da Atletas pelo Brasil, Raí, criticou diretamente Paulo Wanderley. A Comissão de Atletas do COB também se posicionou exigindo uma revisão da decisão, assim como depois faria o Conselho Nacional de Atletas (CNA). A comissão de atletas da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) também se posicionou reclamando do voto da entidade e até o Ministério do Esporte entrou na jogada, cobrando o COB.
Além disso tudo, a CBRu prometia entrar na Justiça para exigir a validade do seu voto, o que poderia atrapalhar a implantação de outras medidas que constam no novo estatuto.
Diante da pressão e do risco de perderem o apoio dos atletas, algumas entidades como a Confederação Brasileira de Wrestling (CBW), mudaram de ideia e passaram a defender o aumento no número de atletas eleitores. Assim, muito dificilmente a proposta inicial não será aprovada nessa próxima assembleia, que ainda não tem data para acontecer.
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