Confederação de rúgbi ameaça ir à Justiça e pode melar novo estatuto do COB
O novo estatuto do Comitê Olímpico do Brasil (COB), aprovado nesta quarta-feira em uma assembleia extraordinária no Rio, pode ser derrubado na Justiça. Pelo menos é essa a ameaça que faz a Confederação Brasileira de Rúbgi (CBRu), que teve seu voto descartado na votação do único item que não foi unânime na assembleia: a abertura do colégio eleitoral para mais atletas.
A discussão do tema já havia começado quando Eduardo Mufarej, representante da CBRu, anunciou que precisava ir embora mais cedo. Ele expressou verbalmente o voto da confederação e pediu que o voto fosse registrado em ata. Aproveitando a ausência dele, as confederações que eram contra a proposta de dar aos atletas 1/3 dos votos das confederações apresentaram uma proposta de que os atletas tivessem cinco votos.
O tema foi colocado em discussão e houve empate em 15 a 15. Mas o presidente da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM), Alaor Azevedo, pediu que o voto da CBRu fosse descartado, porque o representante não estava presente. O jurídico do COB foi contra, mas o tema foi colocado em discussão e as mesmas 15 confederações aprovaram a invalidade do voto.
Com isso, o rúgbi não votou e a proposta de apenas 5 votos para atletas foi aprovada. Se tivesse permanecido o empate, o presidente do COB, Paulo Wanderley, daria o voto de Minerva, provavelmente favorável a 1/3 dos votos para os atletas.
Elogiada pela sua governança e por ser uma das confederações que mais tem patrocinadores privados, a CBRu ficou irritada. Na tarde desta quarta, soltou nota avisando que espera que seu voto seja considerado, ou vai entrar na Justiça.
"Não resta dúvidas sobre o teor do voto da CBRu. Ninguém se opôs a esse voto. (…) De forma ilegal e sem sustentação jurídica ou estatutária alguma, o voto da CBRu foi desconsiderado. A CBRu encara a decisão com perplexidade. A entidade notificará o COB, buscando a validação de seu voto e a observância ao Estatuto do COB, como forma de Justiça. A CBRu antecipa que a não observância ao Estatuto causará a tomada das medidas administrativas e judiciais, se necessário, para tornar válido seu direito de voto assemblear", avisou, em nota. Procurado, o COB não quis se manifestar.
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