Ministério lamenta corte de recursos e defende reforma do Bolsa Atleta
Enquanto o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, recebia Paulo Wanderley, tratado em sua agenda erroneamente como presidente "interino" do Comitê Olímpico Brasileiro (na verdade, o comitê é "do Brasil" e ele não é mais apenas interino), representantes da pasta e da entidade participavam, na Câmara dos Deputados, de uma audiência que discutiu o Bolsa Atleta. O orçamento proposto pelo presidente Michel Temer para o ano que vem prevê um corte da verba pela metade, o que inviabilizaria completamente o Bolsa Atleta como ele é hoje. A divulgação desses números pelo Olhar Olímpico motivou a Comissão do Esporte da Câmara a marcar essa audiência.
Representante de Picciani na audiência, o secretário nacional de Alto Rendimento Rogério Sampaio foi o primeiro a falar e deixou claro como pensa o ministério. "É um programa que necessita de uma revisão, de algumas correções. Temos uma necessidade de fazer com que o programa atenda cada vez mais os atletas pelo seu desempenho competitivo, talvez diminuindo um pouco a base para que possamos fazer as correções de valores, fato que não ocorre há muitos anos", comentou – em agora, o Olhar Olímpico lembrou que o Bolsa Atleta completará oito anos sem reajustar os benefícios.
O problema é que, por enquanto, o dinheiro previsto para o ano que vem não dá para fazer reformas. Apenas, para cortar na carne. O Ministério do Esporte sabe disso e estaria agindo nos bastidores da Câmara para convencer os deputados a aumentarem a verba disponível não só para este programa, mas para o funcionamento da pasta como um todo, que pode perder quase 90% dos seus recursos.
"Ficamos mais preocupados ainda com o orçamento que foi apresentado à Câmara, cortando o recurso do Bolsa Atleta. O Picciani vem trabalhando na Câmara para que esse valor seja aumentado. É um momento preocupante.
É o momento de, dentro do orçamento de 2018, o congresso fazer as escolhas devidas, enxergar o Bolsa Atleta como fundamental", completou Rogério Sampaio.
O secretário lembrou que, por lei, 15% dos recursos do programa são reservados a modalidades que não fazem parte do programa olímpico. Assim, tirar do Bolsa Atleta esportes como orientação, levantamento terra e boliche, não faz parte dos planos. Nosso objetivo não é cortar, é fazer com que o Bolsa Atleta, através do grupo de trabalho que está sendo criado, possa ser mais bem qualificado. Fazer com que o programa contribua cada vez mais com o desenvolvimento do esporte brasileiro. A palavra é qualificação e não corte. Nosso objetivo é qualificar", assegurou.
COB – Ao mesmo tempo, Picciani recebia Paulo Wanderley, presidente do COB. O teor da conversa foi divulgado pela assessoria de imprensa do Ministério.
"Foi um encontro na intenção de uma aproximação com o ministério e para me apresentar como presidente de forma definitiva até 2020. Também vim trazer algumas informações a respeito de ações que nós estamos fazendo com relação à nossa assembleia geral extraordinária, que foi realizada recentemente, onde foi eleita uma comissão de reavaliação estatutária", explicou Paulo Wanderley. "Vim informá-lo também em relação a contatos que tivemos com o Comitê Olímpico Internacional", acrescentou.
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