Em reunião, Conselho Nacional do Esporte ignora suspensão ao COB

Quem esperava que as principais autoridades do esporte brasileiro demonstrassem preocupação com a prisão do presidente de Carlos Arthur Nuzman e a suspensão do Comitê Olímpico do Brasil (COB) terá que esperar sentado. O Conselho Nacional do Esporte (CNE) se reuniu nesta manhã no Rio e nenhum dos dois assuntos foi sequer citado. Foi como se nada tivesse acontecido.

A reunião, no Velódromo do Rio, começou às 10 horas. Antes, portanto, de o COI anunciar não só a suspensão de Nuzman como seu membro honorário como a suspensão do COB como comitê olímpico nacional. Munidos de celulares, os dirigentes, claro, foram sendo informados do que acontecia fora dali.

Entre os participantes da reunião estava Bernard Rajzman, representante do COB não só no CNE, mas também no COI. Ou seja: dirigente diretamente afetado pela decisão. Mas ele, que até teve fala durante o encontro, não tocou no assunto.

A reunião, que durou mais de duas horas, tratou apenas dos seis temas que estavam na pauta. O mais importante deles, a dificuldade de fazer funcionar a Justiça Desportiva Antidoping depois da criação de um tribunal único em Brasília.

Também discutiu-se o regimento interno do CNE, uma questão técnica sobre regras de rugby, o tempo mínimo de existência de uma entidade do terceiro setor antes de ter acesso ao Sistema Nacional do Esporte e a atuação da Fiesp para a promoção da cadeia esportiva do esporte.

O ministro do Esporte, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), esteve presente à reunião, assim como o secretário de Alto Rendimento Rogério Sampaio. Também fazem parte do CNE a Comissão de Atletas (hoje representada pela ex-ginasta Luisa Parente), o Comitê Paralímpico Brasileiro (ausente por problemas no voo de seu presidente), o Conselho Federal de Educação Física, a Comissão Desportiva Militar Brasileira, a CBF e representantes de secretarias municipais e estaduais de esporte, entre outros.