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Olhar Olímpico

Com ouro de Nuzman, seria possível produzir medalhas para 3 Olimpíadas

Demétrio Vecchioli

05/10/2017 12h16

As 16 barras de ouro, de um quilo cada uma, que Carlos Arthur Nuzman guardava na Suíça e só declarou à Receita Federal depois de se tornar alvo de operação do Ministério Público Federal do Rio (MPF-RJ), resolveriam o problema das medalhas olímpicas de verão até 2028. Com elas, seria possível produzir mais de 2.600 medalhas de ouro dos Jogos de Verão.

"Enquanto os medalhistas olímpicos sonhavam com as medalhas de ouro, os dirigentes guardavam o ouro na Suíça", criticou, a procuradora da República Fabiana Schneider, nesta quinta, no Rio, em entrevista coletiva na qual os procuradores falaram sobre os indícios de lavagem de dinheiro (leia aqui), a compra de votos para a eleição olímpica (aqui) e as ligações com o grupo de Sergio Cabral (aqui).

Nuzman é membro honorário do Comitê Olímpico Internacional (COI), que determina que cada medalha de ouro precisa ter cerca de seis gramas do material nobre. As produzidas para a Rio-2016, por exemplo, pesavam cerca de 500 gramas. Mas apenas 1,34% de sua composição era de ouro, de acordo com a Casa da Moeda. Elas eram na verdade feitas principalmente de prata (92,5%), mas também levavam mais de 6% de cobre.

Para os Jogos Olímpicos do Rio (sem considerar os Paraolímpicos), foram encomendadas 2.488 medalhas, sendo 812 de ouro. Ou seja: para este evento foram consumidos aproximadamente 4,872 kg do material.

Ainda que nos Jogos de Tóquio já esteja programado um aumento no número de medalhas distribuídas, com a inclusão de cinco modalidades novas (caratê, escalada, surfe, skate e beisebol/softbol), além de diversas novas provas, como o basquete 3×3 e o BMX freestyle, ainda assim o número de medalhas não deve passar de 850.

Considerando que para Paris-2024 e Los Angeles-2028 seja mantida a quantidade de provas, ainda assim o ouro de Nuzman daria e sobraria para todas as medalhas de ouro. Afinal, ela serve para 2.666 medalhas.

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Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.