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Olhar Olímpico

Criticado por quadril duro, Thiago Pereira admite dificuldade em rebolar

Demétrio Vecchioli

29/09/2017 04h00

Reprodução

Um dos mais consagrados nadadores brasileiros, Thiago Pereira está tendo que rebolar neste início de vida de ex-nadador. Literalmente. Exatamente seis meses depois de anunciar sua aposentadoria no dia 29 de março, Thiago tem sofrido para trocar os movimentos sistemáticos da natação pelo gingado necessário para fazer bonito na Dança dos Famosos, quadro do Domingão do Faustão.

Em sua última apresentação, há duas semanas, Thiago até tentou sensualizar dançando funk, com direito a colocar a camiseta na boca para mostrar a barriga, recebeu diversos elogios nas redes sociais pelo seu jeito "fofo", mas teve que ouvir dos jurados que ainda falta rebolar mais. "O quadril tem que dar um gás aí", disse Suzane Macedo. "Existe sim a dificuldade do quadril, mas eu sei que é difícil", ponderou Arielle Macedo.

De fato, rebolar não tem sido fácil para Thiago, que diz que nunca havia dançado antes de aceitar o desafio de participar do programa. "Tem sido meu problema desde a primeira apresentação. É o que eu tenho que trabalhar, correr atrás. A gente acaba sendo bem mais duro por ser atleta, então está sendo uma grande dificuldade, a cada mudança de ritmo, de velocidade. Mas eu estou adorando. Me tira totalmente da zona de conforto", admitiu Thiago ao blog.

A apresentação ao ritmo de funk foi a terceira de Thiago no programa. O nadador, que tem se apresentado a cada dois domingos, assim como os demais participantes homens, dançou "baladão" na primeira exibição e forró na segunda. Segundo ele, o funk foi o ritmo no qual ele se saiu melhor.

"O baladão eu estava bem, foi tranquilo, mas tem aquela coisa da primeira vez, primeira vez no palco. O forró é uma dança mais junto, tem que tomar outro tipo de cuidado, a dançarina não pode se levar sozinha, eu que tenho que levar. Tem que tomar outro tipo de cuidado. A dançarina não pode se levar. Já o funk é uma dança mais separada. A coreografia foi bem bacana. Eu diria que a última é a que eu estava mais tranquilo", avalia.

A dificuldade de Thiago tem sido sentida pelos jurados. Apesar das duas notas 10 recebidas no funk, uma delas do coreógrafo Fly, que elogiou o esforço do ex-nadador, Thiago é o lanterna do programa por enquanto. No domingo, ele volta a se apresentar, desta vez no ritmo do rock.

Transição de carreira – Por conta da Dança dos Famosos, Thiago Pereira tem intercalado uma semana no Rio, onde ensaia, e outra em São Paulo, onde mora com a esposa Gabriela. Ela ela quem tem se dedicado mais aos projetos pessoais de Thiago neste início da chamada pós-carreira.

Medalhista olímpico e mundial, o ex-nadador está aproveitando a credibilidade dos anos de natação para desenvolver eventos que levam seu nome. No próximo dia 8 acontece em Bauru o Troféu Thiago Pereira. Depois, no feriado de 12 a 15 de outubro, em São Paulo, ele promove o Thiago Pereira Swim Camp, um camping de treinamento para atletas de rendimento no CT paraolímpico.

"Hoje a Gabriela tem me ajudado bastante. O dança tem sido uma prioridade, até porque eu tenho que correr atrás de muita coisa por nunca ter dançado", diz Thiago, que também acumula cargos nas comissões de atletas do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Federação Internacional de Natação (Fina) e na Organização Desportiva Pan-Americana (ODEPA).

Se no COB e na ODEPA ele foi eleito, na Fina chegou ao cargo como indicado. Entre as ações às quais Thiago se dedica é que a entidade também promova eleições diretas, como acontece no Comitê Olímpico Internacional (COI), também.

Com relação à natação, Thiago jura que não há a menor possibilidade de ele fazer como fez Michael Phelps e voltar a nadar. Segundo ele, as nadadas recreativas têm ficado cada vez mais raras, após 20 anos dedicados à modalidade.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.