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Olhar Olímpico

Norte-americana e campeã do 4x100m querem reviver 'Jamaica Abaixo de Zero'

Demétrio Vecchioli

30/08/2017 16h00

(reprodução/Facebook)

Um time de atletas vai atrás do sonho, que parecia impossível, de representar a Jamaica nos Jogos Olímpicos de Inverno no bobsled. Você já viu esse filme antes? Pois ele é novo, ainda que o tema seja repetido. Carrie Russell e Jazmine Fenlator-Victorian são a protagonistas que querem contar a história das primeiras mulheres jamaicanas na Olimpíada de Inverno e buscam a classificação para PyeongChang-2018.

Fenlator-Victorian é a principal personagem dessa história. Nascida e criada em New Jersey a norte-americana que ontem completou 32 anos tem uma longa carreira no bobsled, mas só em 2014 conseguiu participar dos Jogos de Inverno pela primeira vez. Pilotando o trenó número 3 dos Estados Unidos (cada país pode levar até três trenós), ela ficou no 11º lugar em Sochi, tendo como parceira a barreirista Lolo Jones, campeã mundial do atletismo.

A piloto chegou a falar em aposentadoria, mas mudou de planos no fim de 2015, após ser sexta colocada no Mundial. Filha de pai jamaicano radicado nos Estados Unidos, ela resolveu tentar colocar em prática o plano de qualificar a Jamaica para os Jogos de PyeongChang, na Coreia do Sul.

Solicitou liberação da federação dos Estados Unidos, conseguiu o passaporte jamaicano e encontrou como parceira a campeã mundial de atletismo Carrie Russel, ouro com o 4x100m da Jamaica em Moscou, em 2013, e bronze nos 100m no Mundial Júnior de 2006.

Trinta anos depois de uma improvável equipe jamaicana se classificar para disputar o bobsled de quatro pessoas nos Jogos de Calgary, no Canadá, e terem sua história contada no famoso filme "Jamaica Abaixo de Zero", o caminho promete ser menos complicado para Fenlator-Victorian.

Duas multinacionais japonesa compraram a ideia. Uma, a Shitamachi Bobsleigh, garantiu que a dupla teria trenós de alta tecnologia. Agora, a Marubeni Corporation botou dinheiro na empreitada, para que as jamaicanas rodem o mundo competindo e treinando em busca da vaga.

Bom para elas, ruim para o Brasil, que também disputa uma das cinco vagas "extras" do processo de classificação, que será determinado pelo ranking mundial – outras 14 são divididas entre apenas seis países. Na temporada passada, a dupla brasileira, da piloto Suzanne Heather, competiu seis vezes contra as jamaicanas, sempre em Copas Norte-Americanas, e ficou na frente delas em cinco oportunidades.

 

 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.