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Olhar Olímpico

Isaquias faz Mundial abaixo do esperado e fica em 4º com Erlon no C2

Demétrio Vecchioli

27/08/2017 07h52

Modalidade que atualmente tem mais dinheiro para investir na preparação de atletas, a canoagem velocidade do Brasil de forma geral fez um Mundial abaixo do esperado. E isso, claro, porque Isaquias Queiroz, seu principal nome, não brilhou. Depois do bronze no C1 1.000m, no sábado, neste domingo ele voltou à raia em Racice, na República Tcheca, desta vez com Erlon Oliveira, e foi só o quarto colocado na final do C2 1.000m. Valdenice Conceição, outra candidata ao pódio, ficou em sexto na sua prova.

Esperava-se muito mais de Isaquias e Erlon, que foram medalhistas de prata na Olimpíada do Rio e eram os atuais campeões mundiais. Mas eles não remaram bem em Racice, tanto que nas eliminatórias não conseguiram vaga direta na final, tendo que passar pela semifinal.

Neste domingo, chegaram a ocupar o sétimo lugar da prova, se recuperaram no fim e terminaram em quarto, a mais de um segundo da medalha. O ouro foi para a Alemanha, a prata para Cuba e o bronze para a Rússia – cubanos e russos foram, respectivamente, quinto e sextos na Rio-2016, enquanto os alemães repetiram o ouro olímpico, agora com outra dupla: Yul Oeltze e Peter Kretshmer.

Duas vezes campeão mundial do C1 500m, prova que não é olímpica, Isaquias optou por desta vez não se inscrever na disputa, concentrando-se apenas nas duas provas que constarão no programa de Tóquio-2020. Assim, também deixou o C1 200m, que não será disputada no Japão e na qual ele ganhou bronze na Rio-2016.

A prova deixou o programa para a entrada da canoa feminina, com o C1 200m e o C2 500m. Uma novidade boa para o Brasil, porque Valdenice Conceição havia sido bronze no Mundial de 2014. Mas, na República Tcheca, ela não conseguiu repetir o resultado. Foi sexta colocada, assim como na edição de 2015. Canadá, Rússia e Hungria fizeram o pódio.

Na outra nova prova olímpica, o C2 500m, Andrea Oliveira e Angela Silva também haviam ficado em sexto lugar, no sábado.  "Esse é apenas o primeiro ano do ciclo olímpico e mostramos que chegamos para incomodar", garantiu Ângela.

No C1 1.000m, no sábado, Isaquias não conseguiu repetir a prata obtida no Rio, quando só ficou atrás de Sebastian Brendel. Em Racice, foi o tcheco Martin Fuksa a protagonizar uma disputa intensa com o alemão, deixando o brasileiro apenas em terceiro.

Além disso, Vagner Souta foi o 16º no K1 1.000m (sétimo na final B), enquanto Edson Isaias ficou uma posição abaixo no K1 200m (oitavo na final B). Nas provas que não são olímpicas, o Brasil só pegou uma final, com Erlon e Maico Ferreira, no C2 500m, mas eles ficaram apenas em oitavo, pouco depois da final da prova de 1.000m, da qual Erlon também participou.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.