E o Zika? Rio-2016 teve menos casos de doenças do que Olimpíadas anteriores
Atletas das mais variadas nacionalidades ameaçaram boicotar os Jogos Olímpicos do Rio com medo de serem contaminados pelo vírus da Zika. Diversos veículos de imprensa de todo o mundo apontaram o dedo para o risco de se competir nas águas poluídas da Guanabara e da Lagoa Rodrigo de Freitas. Um ano depois, enfim o tamanho do problema é divulgado: não houve aumento no número de casos de atletas doentes durante a Rio-2016 na comparação com as duas edições anteriores dos Jogos. Pelo contrário.
A conclusão é de uma pesquisa publicada esta semana no British Journal of Medicine e assinada por 13 pesquisadores de diversas partes do mundo, inclusive um representante da USP, Leonardo Oliveira Pena Costa, e um membro do Comitê Olímpico Internacional.
A pesquisa condensou e cruzou incidências de lesões e de doenças relatadas pelos 207 comitês olímpicos nacionais, a policlínica da Vila Olímpica e o centro médico de cada uma das instalações da Rio-2016. E chegou à conclusão de que apenas 651 dos 11.274 inscritos apresentaram sinais de doença – e outros 1.101 se machucaram.
Em todas as estatísticas, os números são inferiores aos identificados em pesquisas semelhantes nas últimas duas edições dos Jogos de Verão (Pequim-2008 e Londres-2012) e de Inverno (Vancouver-2010 e Sochi-2014). E a maior queda foi exatamente no número de atletas afetados por doenças.
Tanto em Londres quanto nas duas últimas duas edições da competição de inverno, a taxa de atletas doentes foi de 7%, contra apenas 5% na Rio-2016. No evento no Brasil, 56% dessas doenças foram diagnosticadas como sendo infecciosas (3%), número equivalente aos das edições anteriores. Da mesma forma, a porcentagem de doenças intestinais (1%) se manteve estável.
Os pesquisadores lembram que, apesar de toda a polêmica em torno do vírus da Zika, nenhum caso foi reportado. "O antecipado problema de infecções na Rio-2016 não se materializou", escreveram os autores do estudo, que pode ser lido completo aqui.
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