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Olhar Olímpico

Incêndio destrói parte do telhado do Velódromo do Rio; ministro culpa balões

Demétrio Vecchioli

30/07/2017 07h10

Reprodução/TV Globo

Estrutura olímpica com mais possibilidade de se tornar um elefante branco, o Velódromo do Rio teve seu teto consumido por um incêndio na madrugada deste domingo. A Autoridade de Governança do Legado Olímpico (AGLO) ainda não tem um balanço do tamanho do prejuízo, mas o incêndio, que começou por volta das 0h30, levou mais de 4 horas para ser completamente controlado e já é possível ver em imagens que parte do telhado foi destruído.

O incêndio foi registrado no Twitter por pessoas que passavam perto do local. O incêndio não deixou feridos.

A AGLO informou em comunicado que "a princípio, não houve qualquer dano de natureza hidráulica ou elétrica; não comprometendo, portanto, o sistema de refrigeração do velódromo, que segue em funcionamento e mantendo a devida temperatura da madeira siberiana que compõe a pista de ciclismo.  Ainda de acordo com a polícia, a primeira avaliação é de que os danos internos são decorrentes da queima da cobertura do velódromo e da água utilizada para apagar o incêndio".

A entidade ainda disse ter tomado "todas medidas legais cabíveis" até o momento. Ela registrou uma ocorrência na Polícia Federal, por se tratar de um crime de âmbito federal.

Pelo Twitter, o ministro do Esporte, Leonardo Picciani fez diversas postagens durante a madrugada e culpou a soltura de balões pelo incêndio. O ministro, que é natural do Rio e volta para lá todo fim de semana, gravou vídeos mostrando balões caindo no Parque Olímpico enquanto o fogo do Velódromo ainda estava sendo controlado pelos bombeiros.

No Twitter, ele divulgou uma nota oficial. "O Ministério do Esporte lamenta profundamente o incidente ocorrido nesta madrugada na Velódromo e ao mesmo tempo critica essa prática criminosa de soltar balão. O Velódromo, legado dos Jogos Olímpicos brasileiros, vinha sendo utilizado por atletas e pela comunidade do Rio. Aguardamos e confiamos na apuração e punição dos envolvidos por destruírem mais do que um bem público, um equipamento comum a todos. Após a perícia dos Bombeiros, avaliaremos os danos e medidas a serem adotadas para recuperação desse importante bem nacional", postou.

Ele ainda postou fotos de outros balões que cáiram na região.

Construído ao custo de R$ 150 milhões, o Velódromo do Rio está praticamente inutilizado desde a Olimpíada, ainda que tenha a previsão de consumir R$ 10 milhões em manutenção só este ano. A AGLO chegou a afirmar que traria para o Brasil o Mundial Júnior de ciclismo deste ano, mas não cumpriu a promessa. O local também não será palco de nenhuma etapa de Copa do Mundo e, por enquanto, serviu apenas a um torneio regional do ciclismo do Rio.

A organização afirma que o espaço tem sido utilizado semanalmente para treinos de atletas de alto rendimento às terças e quintas-feiras, além de fins de semanas. Ele também foi aproveitado como parte do "Rio Bike Fest" no mês de junho e receberia neste domingo (30) um torneio de karatê, transferido para o próximo domingo e para a Arena 1 do Parque Olímpico.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.