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Olhar Olímpico

Com só três mulheres na delegação, Etiene é esperança única de medalha

Demétrio Vecchioli

26/07/2017 06h44

(Satiro Sodré/SSPress/CBDA

Treze homens, três mulheres. A discrepância entre os gêneros na seleção brasileira de natação que está em Budapeste é clara e reflete o momento da modalidade no Brasil. A CBDA estabeleceu como critério de convocação para o Mundial os índices técnicos, que são números determinados a partir de uma tabela internacional que permite comparar resultados de provas diferentes. Como as mulheres brasileiras estão bem mais abaixo do que as melhores do mundo do que os homens, só três delas conseguiram vaga na seletiva. E só uma tem chance de medalha na Hungria: Etiene Medeiros.

Focando nas provas de 50 metros desde a Olimpíada, Etiene ficou fora dos 100m costas e só estreou no Mundial nesta quarta-feira. Nas eliminatórias dos 50m costas, fez o segundo tempo: 27s65, empatada com a bielo-russa Aliaksandra Herasimenia. Bem à frente chegou a chinesa Yuanhui Fu, que fez 27s21.

"Eu acho que estava bem ansiosa pra nadar. Fiquei meio nervosa nesse inicio de competição. As meninas já tinham caído na água em outras provas, mas para mim deu que soltar para ter um gás", comentou ao final da prova. À tarde, ela volta à piscina para a semifinal, quando vai tentar uma vaga na final. Em Kazan, em 2015, Etiene foi prata na prova, atrás exatamente de Fu.

Em Budapeste, a prova dos 50m costas é novamente a única oportunidade de a natação brasileira feminina chegar ao pódio. Etiene ainda nada os 50m livre, na sexta-feira, mas já estará feliz se conseguir chegar a uma final. "Com certeza vou entrar com toda minha garra, com toda minha força para essa prova. A gente sabe o quanto essa prova é rápida e cada detalhezinho a gente entra na final ou não."

Nesta quarta-feira, Joanna Maranhão não conseguiu se classificar para a semifinal dos 200m borboleta. Ela fez 2min09s77, ficou no 19º lugar, e precisava melhorar o recorde sul-americano para conseguir entrar na semi. "Para eu entrar, eu tinha que fazer o meu melhor e fui para isso. Daria para fazer, mas quando a gente chega balizada do 12º ao 24º tempo, mais ou menos, a gente não pode errar. Isso faz com que a eliminatória seja uma final, porque estamos no limite. Hoje, não foi o suficiente", lamentou. No sábado, ela já havia ficado em 10º lugar nos 200m medley e caído nas eliminatórias dos 400m livre. Joanna ainda nada os 400m medley no domingo.

A outra brasileira no Mundial é Manuella Lyrio, que não passou à semifinal dos 200m livre, ontem, e não tem expectativa de avançar nos 100m livre, amanhã. Por serem só as três na delegação brasileira, o país não vai participar dos revezamentos femininos, da mesma forma que não estará nos revezamentos mistos.

Dois na semi – Nos 100m livre, tanto Marcelo Chierighini quanto Gabriel Santos avançaram à semifinal. Cheirighini foi um dos quatro atletas que ficaram no quinto lugar, com 48s46, enquanto Gabriel marcou 48s64. À tarde, os dois devem precisar nadar em 48s baixíssimo para chegar à semifinal.  O australiano Cameron McEvoy foi o mais rápido da manha: 47s97.

Já Thiago Simon decepcionou nos 200m medley. Especialista no nado peito e classificado ao Mundial pela marca que fez nos 200m peito na seletiva, Simon priorizava os 200m medley em Budapeste. Mas, nesta manhã, o brasileiro foi muito mal, nadando para 2min01s01. O resultado o deixou em 19º lugar.

 

 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.