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Olhar Olímpico

Sumô, bocha e cabo de guerra: conheça a 'Olimpíada alternativa'

Demétrio Vecchioli

25/07/2017 07h36

Sem transmissão televisiva para o Brasil e para a enorme maioria dos mais de 100 países participantes e sem o envolvimento dos comitês olímpicos nacionais, como o COB, os World Games, ou Jogos Mundiais, estão em sua décima e maior edição, na Polônia, sem qualquer atenção da mídia internacional. Mas, para a maior parte das 31 modalidades presentes no evento poliesportivo, o que importa é que o Comitê Olímpico Internacional (COI) enfim passou a ver a chamada "Olimpíada Alternativa" com bons olhos.

A recente inclusão do caratê e da escalada, que fazem parte do programa dos World Games, também nos Jogos Olímpicos de Tóquio, ampliou a esperança das modalidades que também querem estar no programa olímpico. Especialmente as que já têm esse pleito há algum tempo, como a patinação em velocidade e o squash.

A competição em Wrocław começou na última quinta-feira e segue até domingo. Pela primeira vez, a abertura do evento foi realizada com a presença do presidente do COI, Thomas Bach. "Os Jogos Mundiais são a celebração da diversidade no espote. É uma oportunidade única para os esportes que não estão na vitrine para que aproveitem a exposição. Esse é o motivo de o COI estar apoiando os Jogos Mundiais. Temos alguns esportes no programa de Tóquio que vieram dos Jogos Mundiais. A gente pode vê-los de perto e estamos aprendendo", disse o dirigente alemão na Polônia.

Apesar do grande número de modalidades (são 27 do programa e quatro de demonstração), o total de atletas presentes em Wrocław ainda é muito baixo na comparação com os Jogos Olímpicos. De acordo com a organização da edição de 2017, são esperados cerca de 3.200 atletas, de 111 países.

Nem sempre, porém, os melhores atletas estão presentes. Isso porque não cabe aos comitês olímpicos nacionais levar as delegações de seus países, mas às federações esportivas nacionais, que naturalmente têm menos recursos. No Brasil, por exemplo, mesmo a Confederação Brasileira de Handebol não conseguiu pagar a ida das seleções de handebol de areia para Wroclaw. Os atletas, porém, conseguiram financiar a viagem e estarão no torneio, até porque, se forem medalhistas, garantem acesso ao Bolsa Atleta.

Após quatro dias de competições, o Brasil tem só três medalhas. Luciana Montgomery foi prata no sumô e a dupla formada por Noeli Dalla Corte e Ana Caroline Martins ficou em segundo na bocha. Um bronze veio com Rafaela Freitas, na patinação artística. Mas ainda há muita competição por acontecer, com destaque para sinuca, canoagem polo, dança, remo indoor, jíu-jitsu e kickboxing.  Na edição passada dos Jogos, em Cali, na Colômbia, o Brasil ganhou nove medalhas, sendo cinco de ouro.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.